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ISRAEL

Israel bombardeia escola da ONU em Gaza e número de mortos é aterrorizante

Exército israelense admite ataque alegando base do Hamas, ONU nega e afirma abrigo de civis

Autoridades da Faixa de Gaza acusaram as forças israelenses de terem cometido "um massacre horrível" - Imagem: Reprodução / X (antigo Twitter) @UNLazzarini
Autoridades da Faixa de Gaza acusaram as forças israelenses de terem cometido "um massacre horrível" - Imagem: Reprodução / X (antigo Twitter) @UNLazzarini

Sabrina Oliveira Publicado em 06/06/2024, às 11h15


Na quinta-feira, uma escola administrada pela Organização das Nações Unidas (ONU) na Faixa de Gaza foi alvo de um bombardeio israelense, resultando na morte de pelo menos 40 pessoas, segundo autoridades locais. O incidente ocorreu no campo de refugiados de Nuseirat, uma área densamente povoada no centro de Gaza.

Conforme informações fornecidas pelo governo local, controlado pelo Hamas, entre as vítimas estavam cinco crianças. Já o Exército de Israel relatou que o ataque causou entre 20 e 30 mortes. As Forças Armadas de Israel confirmaram o bombardeio, justificando que o alvo eram terroristas do Hamas que supostamente utilizavam a escola como base de operações. "Os terroristas dirigiram sua campanha de terror a partir da zona da escola, explorando-a e usando-a como refúgio", declarou o Exército em um comunicado oficial. A agência da ONU para Refugiados Palestinos (UNRWA), responsável pela escola, negou as alegações, afirmando que a instituição servia como abrigo para palestinos deslocados pelo conflito.

A escola bombardeada é parte de um complexo da UNRWA, que oferece educação a crianças palestinas refugiadas. Essas crianças são descendentes de famílias que foram deslocadas em 1948, durante a formação do Estado de Israel. O ataque aumentou a tensão na região e provocou reações imediatas de diversas organizações humanitárias.

O hospital de Al-Aqsa, onde muitos dos feridos foram levados, descreveu cenas de horror. 

O cheiro de sangue na sala de emergências esta manhã era insuportável. Há pessoas deitadas por todos os lados, no chão, fora. Estão trazendo os corpos em sacos plásticos. A situação é insustentável", relatou Karin Huster, coordenadora da Médicos Sem Fronteiras (MSF) em Gaza. 

Segundo a MSF, desde terça-feira, o hospital já recebeu cerca de 70 mortos e 300 feridos devido aos bombardeios, com a maioria das vítimas sendo mulheres e crianças. A ONG destacou a gravidade da situação humanitária em Gaza, onde os civis continuam a sofrer as consequências dos intensos confrontos.

O ataque à escola da ONU gerou uma onda de condenações internacionais. A UNRWA exigiu uma investigação completa sobre o incidente e pediu proteção para suas instalações e para os civis abrigados nelas.

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