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ATAQUE A RAFAH

Israel ataca Rafah e declara que a destruição do Hamas é essencial para a paz

Netanyahu reitera posição após proposta de paz apresentada por Biden receber resposta positiva do Hamas

São mais de 36 mil mortos - Imagem: Reprodução / Anadolu Ajansi
São mais de 36 mil mortos - Imagem: Reprodução / Anadolu Ajansi

Sabrina Oliveira Publicado em 01/06/2024, às 16h55


As forças israelenses intensificaram seus ataques na cidade de Rafah, no sul da Faixa de Gaza, neste sábado (1º), utilizando tanques e artilharia em uma tentativa de enfraquecer as capacidades do Hamas. Em paralelo, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, reafirmou que apenas a destruição completa do grupo militante trará um fim definitivo à guerra.

As declarações de Netanyahu surgem logo após o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, ter revelado uma proposta de paz que foi vista com bons olhos pelo Hamas. Durante um pronunciamento na Casa Branca, Biden explicou que o plano, mediado pelo Catar, inclui uma trégua inicial seguida pela retirada das tropas israelenses de áreas povoadas em Gaza por seis semanas, além da libertação de reféns em troca de prisioneiros palestinos. "É hora de esta guerra acabar", enfatizou Biden, ressaltando a importância de não deixar a oportunidade escapar.

Plano de paz em três fases

O plano proposto por Israel, detalhado por Biden, começa com um cessar-fogo temporário que pode se tornar permanente, desde que o Hamas cumpra seus compromissos. A primeira fase envolve a retirada das tropas israelenses e a libertação de alguns reféns, seguida pela libertação total dos reféns na fase subsequente. O Hamas, que governa Gaza desde 2007, respondeu positivamente à proposta.

No entanto, Netanyahu deixou claro que a destruição do Hamas é crucial. "As condições de Israel para acabar com a guerra não mudaram: a destruição das capacidades militares e de governança do Hamas, a libertação de todos os reféns e a garantia de que Gaza não representa mais uma ameaça para Israel", afirmou em comunicado.

Reações internacionais

A proposta de paz suscitou reações positivas no cenário internacional. O secretário-geral da ONU, António Guterres, instou Israel e Hamas a aproveitarem a oportunidade para alcançar uma paz duradoura no Oriente Médio. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, classificou a proposta como "realista", e a ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock, destacou que oferece "um raio de esperança" para desbloquear o conflito.

Situação atual em Gaza

Desde o início do conflito em 7 de outubro, quando ataques do Hamas resultaram na morte de 1.189 pessoas em Israel e no sequestro de 252 outras, Israel prometeu "aniquilar" o grupo militante. A ofensiva resultou em mais de 36.000 mortes em Gaza, segundo o Ministério da Saúde palestino.

As forças israelenses avançaram significativamente em Rafah, transformando a cidade em um epicentro do conflito. Relatos de moradores indicam intensos bombardeios e disparos de tanques em várias partes da cidade.

Condições de vida críticas

A situação humanitária em Gaza é cada vez mais desesperadora. O Programa Mundial de Alimentos da ONU descreveu a vida no sul da Faixa de Gaza como "apocalíptica". A ONU estima que, antes da ofensiva, 1,4 milhão de pessoas estavam abrigadas na região, com um milhão fugindo desde então.

O controle israelense do Corredor Filadélfia, uma faixa de 14 quilômetros ao longo da fronteira entre Gaza e Egito, é estratégico para interromper o transporte de armas pelo Hamas através de túneis. A passagem de Rafah, crucial para a entrada de ajuda humanitária, permanece fechada, exacerbando a crise humanitária.

O conflito também provocou violência na Cisjordânia e na fronteira entre Israel e Líbano, onde bombardeios israelenses resultaram na morte de quatro pessoas na sexta-feira, segundo o Hezbollah, aliado do Hamas.

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