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Ciência

Fim do Mundo? Sol vai engolir Mercúrio, Vênus e, em breve, a Terra, alertam cientistas

A pesquisa foi feita por cientistas da Universidade da Califórnia

Sistema Solar - Imagem: Freepik
Sistema Solar - Imagem: Freepik

Mateus Omena Publicado em 15/03/2023, às 11h27


Um estudo revelou recentemente que, daqui a 5 bilhões de anos, o Sol vai se tranformar em uma bola gigante vermelha que vai engolir os planetas do sistema solar, como Mercúrio, Vênus e, provavelmente, a Terra.

A pesquisa foi desenvolvida por cientistas da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, e divulgada no Astrophysical Journal.

Os cientistas apontam que o fenômeno, chamado de engolfamento planetário, ocorrerá pela falta de hidrogênio no núcleo do sol. O processo é considerado relativamente comum para sistemas planetários, embora ainda seja pouco compreendido.

O autor principal da pesquisa, Ricardo Yarza, revelou esse cenário catastrófico na 240ª reunião da American Astronomical Society.

Ele e sua equipe de pesquisadores realizaram simulações hidrodinâmicas para examinar as forças que atuam em um planeta quando uma estrela em expansão o engole, mostrando as interações possíveis de um corpo subestelar de um planeta ou anã marrom.

Os pesquisadores logo concluíram que o gás extremamente quente que sai da estrela semelhante ao sol pode causar vários efeitos, dependendo do tamanho do objeto engolido e do estágio de evolução de uma estrela.

"As estrelas evoluídas podem ser centenas ou até milhares de vezes maiores que seus planetas. Essa disparidade de escalas dificulta a realização de simulações que modelam com precisão os processos físicos que ocorrem em cada escala", disse Ricardo Yarza. "Em vez disso, simulamos uma pequena seção da estrela centrada no planeta para entender o fluxo ao redor do planeta e medir as forças de arrasto que atuam sobre ele".

De acordo com o site Scientific American, a revelação pode ajudar a explicar os recentes processos entre planetas e anãs marrons, conforme orbitam remanescentes estelares, como anãs brancas e subanãs.

O Fenômeno

Estudos anteriores indicam que esses sistemas podem se originar de engolfamento planetário que abrangem encolhimento da órbita do corpo engolfado e a ejeção das camadas externas da estrela.

"Conforme o planeta viaja dentro da estrela, as forças de arrasto transferem energia do planeta para a estrela, e o envelope estelar pode se desvincular se a energia transferida exceder sua energia de ligação", explicou Yarza.

Yarza e sua equipe de cientistas afirmam que nenhum subestelar menor que cerca de 100 vezes a massa de Júpiter é capaz de ejetar o envelope de uma estrela parecida com o Sol antes que ela se cresça para cerca de 10 vezes o raio do Sol. Contudo, em outros estágios da evolução e expansão estelar, o envelope estelar pode ser ejetado por um objeto tão pequeno quanto 10 vezes a massa de Júpiter, reduzindo sua órbita em várias ordens de magnitude.

Para Yarza, o engolfamento planetário tem a capacidade de aumentar a luminosidade de uma estrela semelhante ao Sol em várias ordens de magnitude por até vários milhares de anos, no entanto esse processo depende da massa do objeto engolfado e da evolução da estrela. 

O cientista considera que essas revelações podem ajudar no desenvolvimento de próximos estudos que explorem os resultados do engolfamento na estrutura da estrela.

"Nosso trabalho pode informar simulações de engolfamento planetário na escala da estrela, fornecendo uma imagem de referência precisa da física na escala do planeta".

Segundo o pesquisador, os diversos sistemas planetários foram identificados por programas de busca de exoplanetas. Conforme esses sistemas evoluem, muitos provavelmente sofrerão engolfamento planetário.

O estudo contou também com a colaboração de Enrico Ramirez-Ruiz, professor de astronomia e astrofísica, e Dongwook Lee, professor associado de matemática aplicada, ambos na UC Santa Cruz.

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