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Faixa de Gaza

Como era a rotina dos reféns do Hamas?

Alimentação irregular, condições precárias de sono e restrições para uso do banheiro marcaram o período de custódia

Yaffa Adar, a refém mais idosa liberada pelo grupo terrorista Hamas - Imagem: Reprodução | Twitter (X)
Yaffa Adar, a refém mais idosa liberada pelo grupo terrorista Hamas - Imagem: Reprodução | Twitter (X)

Marina Roveda Publicado em 27/11/2023, às 08h00


Familiares de Yaffa Adar, a refém mais idosa liberada pelo grupo terrorista Hamas, compartilharam detalhes angustiantes sobre as condições de vida durante os quase 50 dias de cativeiro. Além de Yaffa, mais três pessoas foram sequestradas pelo Hamas, e seus parentes descreveram a rotina de privações enfrentada pelos reféns ao jornal The Times of Israel.

Segundo relatos dos familiares, os reféns eram submetidos a uma alimentação irregular e praticamente limitada a arroz e pão pita. As refeições escassas eram um dos desafios diários enfrentados por Yaffa Adar e seus companheiros de cativeiro. À noite, eles eram obrigados a dormir em cadeiras de plástico enfileiradas, evidenciando as condições precárias a que foram submetidos.

O acesso ao banheiro também era restrito e controlado pelos sequestradores. Os reféns precisavam bater na porta e aguardar a autorização dos captores, e, em alguns casos, relataram esperar até 1h30 para poderem usar as instalações sanitárias.

Merav Raviv, prima de Keren Munder, uma das reféns libertadas na sexta-feira, compartilhou informações sobre a difícil experiência vivida pelos prisioneiros. Yaffa Adar, a refém mais idosa, perdeu significativo peso durante o sequestro, e sua neta lamenta a destruição da casa da idosa, destacando que ela terá que recomeçar do zero, sem suas memórias e álbuns de fotos.

O cessar-fogo entre o Hamas e Israel, que teve início às 7h no horário local de sexta-feira (24), trouxe uma esperança de libertação para os reféns. O acordo de trégua, mediado pelo Ministério das Relações Exteriores do Catar, abrange as regiões norte e sul de Gaza. Uma sala de operações em Doha monitora a trégua e a libertação dos reféns, mantendo linhas diretas de comunicação com Israel, o escritório político do Hamas em Doha e o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV).

O jornal israelense Haaretz reportou no sábado (25) que o Hamas identificou de 10 a 20 reféns que podem ser potencialmente libertados durante o acordo de trégua. Caso essa previsão se concretize, a expectativa é que a trégua permaneça em vigor até quarta-feira (29). 

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