Momentos de glória que não são fáceis de obter. Em Teresina, Isa Corleone trabalha em um pet shop como tosadora e divide os seus tempos entre o trabalho e os
Redação Publicado em 29/07/2021, às 00h00 - Atualizado às 12h04
O Brasil inteiro vibrou com as duas medalhas de prata conquistadas por Kevin Hoefler e Rayssa Leal no skates nas Olimpíadas de Tóquio. Pelas redes sociais muitos piauienses explodiram orgulhosos em postagens com o feito da Fadinha, do vizinho estado do Maranhão, mas esse orgulho poderia ter sido maior. A falta de patrocínio e apoio tirou da skatista piauiense Isa Corleone a oportunidade de brigar por uma vaga na grande competição, um retrato que a atleta espera que se modifique.
Isa deu suas primeiras voltas sobre um shape inspirada pelo irmão skatista. Natural de Goiás e criada em Brasília, ela passa calor em terras piauienses há quase dez anos, muito dos quais, dedicados a modalidade. Entre muitas quedas e derrotas, ela aprendeu a persistir no objetivo.
– Foi o meu primeiro esporte, me fez crescer, me deu um foco na vida para seguir em frente. Meu início nas competições eu perdi bastante, mas cada em uma delas eu queria evoluir mais e mais para na próxima eu me sair melhor.
Um incontável número de competições que começou no Piauí, se espalhou pelo nordeste, chegou até São Paulo, mas esbarrou no maior obstáculo para o atleta: a falta de patrocínio.
Isa Corleone – STU em Lauro de Freitas-BA – Skate Piauí — Foto: Arquivo Pessoal
Tricampeã estadual, Isa participou do Brasileiro de Skate ao lado de Rayssa Leal e toda a elite do skate nacional, mas teve um resultado ruim, um 18º lugar. Vida que segue, na próxima melhora. Pela frente o STU Open, o maior da América Latina, além de pontos no ranking, a premiação de R$7 mil para o vencedor.
– Tive o prazer de participar por ter sido tricampeã piauiense. Lá eu competi com a Rayssa e as melhores do Brasil, então imagina sensação de estar participando – relembra Isa.
Isa Corleone – Skate Piauí — Foto: Arquivo Pessoal
Momentos de glória que não são fáceis de obter. Em Teresina, Isa Corleone trabalha em um pet shop como tosadora e divide os seus tempos entre o trabalho e os treinos. Os custos de uma viagem para competir, saindo de Teresina incluindo passagens de ida e volta, hospedagem, alimentação e transporte giram em torno de R$4mil.
– No STU são três ou quatro fases. Na primeira eu conseguir com vaquinha, amigos ajudando, trabalhando e tirando do próprio bolso, mas na segunda e terceira não tive como pedir para as mesmas pessoas – explica.
– Eu não consegui participar das outras etapas, se eu tivesse um resultado bom, estaria nas olimpíadas com certeza – crava.
Isa Corleone — Foto: Pablo Silva/TV Clube
Tudo vai ficar no campo da possibilidade para o próximo ciclo olímpico, um ano menor, mas o skate vai ter uma visibilidade cada vez maior a partir do que os brasileiros conquistaram. Além dos títulos, desmistificaram aos mais relutantes em acreditar nos benefícios sociais da modalidade.
– Com certeza, as duas pratas vão modificar muito o olhar das pessoas. As pessoas que brigavam para a gente andar em tal calçada, ou na rua ou em qualquer lugar, hoje em dia vão parar para observar, deixando, elogiando, prestando mais apoio, vai ser bem maior – acredita Isa.
Resta a esperança que dentro do Piauí também esse movimento saia crescer, principalmente em apoio aos atletas. Para a tricampeã piauiense fica a missão de não desistir e tentar de novo no próximo ciclo olímpico.
Isa Corleone — Foto: Pablo Silva/TV Clube
– Continuar com os treinos e participar das etapas que vão vir, me classificar e chegar nas olimpíadas e, claro, vou depender muito de patrocínio e várias outras coisas.
O skate ensinou para os brasileiros na prática sobre a resiliência de cair, levantar e tentar mais uma vez e que o mínimo que alguém precisa para decolar é apoio para ter a oportunidade de dar asas a um sonho.
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Fontes: Ge – Globo Esporte.
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