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Sheilla inicia transição de carreira e estreia como assistente no Minas: “Descobri prazer em ensinar”

Ela ainda acorda cedo e veste uniforme para ir aos treinos. Estuda os vídeos dos adversários e está presente nas conversas com as jogadoras. Não deixa de ir a

Sheilla inicia transição de carreira e estreia como assistente no Minas: “Descobri prazer em ensinar”
Sheilla inicia transição de carreira e estreia como assistente no Minas: “Descobri prazer em ensinar”

Redação Publicado em 29/10/2021, às 00h00 - Atualizado às 13h32


Jogadora ainda vai atuar nos Estados Unidos antes de se despedir das quadras de vôlei

Ela ainda acorda cedo e veste uniforme para ir aos treinos. Estuda os vídeos dos adversários e está presente nas conversas com as jogadoras. Não deixa de ir a um jogo. A rotina de Sheilla é a mesma, mas a função no time é uma novidade. A bicampeão olímpica voltou ao Minas mas não como oposta, posição que a consagrou no vôlei. Durante a atual temporada da Superliga, ela fará parte da comissão técnica do italiano Nicola Negro e atuará como assistente.

A jogadora de 38 anos decidiu iniciar o processo de transição na carreira e aceitou participar de um projeto no Minas que tem como objetivo capacitar atletas a se tornarem futuros treinadores, tanto nas categorias de base quanto nas equipes profissionais. Sheilla é presença constante em atividades internas do clube e também está tendo a oportunidade de circular por outras áreas, como saúde e gestão.

– Sou a embaixadora desse projeto aqui no Minas e tenho as portas abertas. Estou mais com o vôlei feminino, principalmente agora que Superliga vai começar, mas já estive no marketing. Estou tentando ver aonde vou me encaixar, no que gosto mais de fazer. Descobri prazer em ensinar fazendo esse projeto. A convivência com a comissão, que tem me ajudado muito, me despertou coisas muito legais – contou a bicampeã olímpica de Pequim 2008 e Londres 2012.

Sheilla está em processo de transição de carreira e atuará na comissão técnica do Minas — Foto: Minas Tênis Clube

Sheilla está em processo de transição de carreira e atuará na comissão técnica do Minas — Foto: Minas Tênis Clube

Sheilla está adaptada ao ritmo da comissão comandada pelo italiano Nicola Negro. Ela é só elogios ao esquema de trabalho do treinador que, segundo ela, tem muito conhecimento sobre o vôlei atualizado e gosta de passar as informações aos companheiros da CT. A jogadora disse que tem escutado muito e que está aprimorando sua parte técnica.

Dona de três medalhas em Campeonatos Mundiais, sendo duas pratas e um bronze, ela compreende como ponto alto da nova função o contato com novos talentos. Ela está ajudando a desenvolver várias jogadoras do Minas. Agora, não somente com a sua experiência de anos no vôlei. Como assistente, Sheilla tem conseguido agregar com lições aprendidas com Nicola. E o resultado imediatamente é visto dentro de quadra.

– Está sendo uma troca muito gostosa, muito leve. Tenho aprendido demais com o Nic, que não mede esforças para me ajudar. Agora, estou evoluindo nos fundamentos do passe para poder ensinar. Sei que as jogadoras confiam em mim, então, quero dar o meu melhor. A Kisy, por exemplo, é uma atleta de 21 anos de muita qualidade. Eu estou me dedicando nela e já vejo melhora. É um prazer imenso a gente ver a evolução. Estou amando. Quero seguir carreira. Estou no lugar certo!

Sheilla ao lado de Jordan Larson durante a estreia da Liga Americana, no início de 2021 — Foto: Jade Hewitt/Athletes Unlimited

Sheilla ao lado de Jordan Larson durante a estreia da Liga Americana, no início de 2021 — Foto: Jade Hewitt/Athletes Unlimited

E está cada vez mais perto a hora de deixar as quadras para iniciar a nova carreira. No final de fevereiro de 2022, Sheilla vai para os Estados Unidos, onde jogará pelo segundo ano seguido a Liga Americana de Vôlei. Contratada como uma das embaixadoras do projeto, a jogadora vai se aposentar no torneio estrangeiro e voltar para acompanhar o Minas nos playoffs da Superliga. Por ser uma competição em processo de consolidação, o tempo de duração é de apenas dois meses.

– Vou lá e volto a tempo dos playoffs. Vai ser a hora de descobrir de vez o que eu quero – disse ela.

No início de 2021, Sheilla participou da estreia da liga dos Estados Unidos junto com a ponteira americana Jordan Larson, que meses depois sagrou-se campeã dos Jogos Olímpicos de Tóquio na final contra o Brasil. A iniciativa da liga é mais uma tentativa de emplacar a modalidade entre clubes dentro do país, em busca de maior visibilidade.

A oposta bicampeã olímpica participou da preparação para o Japão, chegou a disputar a Liga das Nações em Rimini, na Itália, e ganhou a medalha de prata após uma campanha incrível da equipe do técnico José Roberto Guimarães, mas foi cortada no dia seguinte da conquista. Foi a despedida de Sheilla da seleção brasileira.

Sheilla durante durante a disputa da Liga das Nações, quando o Brasil conquistou a medalha de prata — Foto: FIVB

Sheilla durante durante a disputa da Liga das Nações, quando o Brasil conquistou a medalha de prata — Foto: FIVB

Prévia da função de assistente

Atual bicampeão, o Minas estreia na Superliga Feminina nesta sexta-feira, às 18h30, contra o time de Valinhos. O SporTV vai transmitir a partida ao vivo. Sheilla, porém, viveu uma prévia da função de assistente no Campeonato Mineiro e no Sul-Americano. Ela estava no banco nas duas competições, que foram vencidas pelo Praia Clube. O clube de Belo Horizonte teve vários casos de Covid-19.

– Tivemos vários casos de Covid-19 no time antes de começar a disputa do Campeonato Mineiro. As meninas ficaram afastadas e voltaram para o Sul-Americano. Foi um período super curto para treinar e recuperar. Mesmo assim, entraram em quadra sem medo. Eu fiquei muito orgulhosa da postura delas. Agora, vendo de fora, um orgulho danado a forma como se doaram mesmo com tamanho dificuldade.

Sheilla junto com a comissão técnica do Minas — Foto: Minas

Sheilla junto com a comissão técnica do Minas — Foto: Minas

O Minas manteve a base vitoriosa dos últimos anos e, mesmo após um início com as duas derrotas, a expectativa para a Superliga é altíssima. A central Carol Gattaz continua no grupo, assim como a líbero Leia e a levantadora Macris. A meio de rede e bicampeã olímpica Thaisa Daher segue como uma das referências no elenco.

– Estou muito confiante de uma ótima Superliga. As expectativas são muito boas para a participação do Minas. Sei que, junto com o Minas, tem Praia Clube e Osasco como favoritos. Mas vamos trabalhar para conquistar mais um título. Nosso time tem muita pressão por ser um time vencedor, com uma estrutura grande e forte, mas tenho certeza de que vamos estar bem preparadas para o que vier pela frente – garantiu Sheilla, que tem dois títulos de Superliga em seu currículo de jogadora, um pelo Minas na temporada 2001/2002 e outro pelo Rio de Janeiro, na temporada 2010/2011.

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Globo Esporte

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