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Diniz explica Lucão titular no Vasco e se encanta com dribles de Riquelme: “Acho que ele nem sabe como faz”

Após tropeçar contra o Sampaio Corrêa, o técnico Fernando Diniz viu o Vasco se impor em casa e garantir a vitória sobre o líder Coritiba, por 2 a 1, neste

Diniz explica Lucão titular no Vasco e se encanta com dribles de Riquelme: “Acho que ele nem sabe como faz”
Diniz explica Lucão titular no Vasco e se encanta com dribles de Riquelme: “Acho que ele nem sabe como faz”

Redação Publicado em 16/10/2021, às 00h00 - Atualizado às 21h04


Equipe vascaína venceu o líder Coritiba por 2 a 1, e mantém viva a esperança pelo acesso

Após tropeçar contra o Sampaio Corrêa, o técnico Fernando Diniz viu o Vasco se impor em casa e garantir a vitória sobre o líder Coritiba, por 2 a 1, neste sábado, em São Januário. O treinador exaltou o desempenho de sua equipe, mas, ainda assim, pregou a necessidade de o time se manter regular nessa reta final da Série B.

– A equipe está tendo mais altos do que baixos desde que cheguei. Até os jogos que empatamos, tivemos chance de vencer. O que a gente não pode é diminuir o ritmo, como a gente diminuiu no segundo tempo em São Luís, foi uma lição muito dura contra o Sampaio Corrêa. Acredito que os jogadores responderam de maneira positiva hoje. Agora é seguir em frente. Procurar não oscilar, fazer jogos mais lineares no primeiro e segundo tempo. É uma coisa que a gente tem que perseguir até o final – considerou.

Um dos destaques da vitória sobre o Coxa foi o jovem lateral Riquelme. O jogador participou bastante das jogadas de ataque, protagonizou lances de efeito, com belos dribles, e empolgou a torcida. Diniz destacou a partida do lateral:

Fernando Diniz, Vasco x Coritiba, Série B — Foto: Alexandre Durão

Fernando Diniz, Vasco x Coritiba, Série B — Foto: Alexandre Durão

– Falar do Riquelme é fácil. Um jogador extremamente talentoso. Eu acho que ele nem sabia ainda o quanto ele é bom. Um cara muito humilde. Com o potencial que ele tem, ele faz coisas difíceis parecerem ser fáceis. Na realidade é isso que acontece. Acho que ele nem sabe como faz. É um jogador que vai amadurecer e já está amadurecendo. É um jogador que para mim tem um futuro brilhante pela frente – disse.

Outro cria da base vascaína teve oportunidade de jogar. O goleiro Lucão foi titular neste sábado e fez uma partida segura, no lugar do veterano Vanderlei. Questionado sobre a possível titularidade de Lucão, Diniz elogiou o goleiro, mas afirmou que a briga pela posição continua aberta.

– Em relação ao Lucão, a decisão de começar com ele foi a segurança que ele me passou nos treinos. O histórico também. Um jogador que pegou todas as categorias de base da Seleção. Foi campeão olímpico também. Um jogador jovem, com esse currículo, pelo que estava demonstrando nos treinos, que já tinha 15 jogos como titular este ano, me deu segurança para poder colocá-lo.  Tínhamos um ótimo goleiro jogando que era o Vanderlei. Mas achei que pelo momento, pelos treinos, era momento de dar uma oportunidade ao Lucão.

A Voz da Torcida – João Almirante: “Vasco mostrou que pode vencer qualquer adversário”

O Vasco terá mais uma semana sem jogos pela frente antes do confronto com o Náutico, no próximo domingo, nos Aflitos. Mais um confronto direto em busca do G-4, cujo resultado será fundamental para ditar o futuro da equipe carioca.

Veja outros temas abordados pelo técnico:

Apoio da torcida

– Eu acredito que o aspecto anêmico do time com a torcida, principalmente em São Januário, é muito positivo. A torcida nos empurrou demais contra o Goiás e hoje fez a mesma coisa. É uma torcida diferente, uma torcida cantante, uma torcida que me agrada demais. É uma alegria muito grande poder jogar aqui em São Januário. Cada vez me sinto mais feliz e à vontade. E quando o time joga em sintonia com a torcida, como foi no primeiro tempo, fica mais bonito e envolvente.

Ainda sobre Riquelme

– Quando o jogador tem esse tipo de sintonia com a torcida, e a torcida do Vasco tem esse desejo, esse apelo quando aparece um jogador, eu acredito que esse negócio com o Riquelme vai dar muito bem. Como eu disse, ele nem sabe o quanto é bom ainda. Então, ficamos insistindo para ele fazer, se errar não tem problema, vamos correr. Na média, ele tem sido um dos nossos melhores atacantes, embora ele seja lateral. Ele faz jogadas que desconcertam o adversário, aquele negócio de magia, que ninguém espera.  Da minha parte eu estou estimulando cada vez mais. Ele tem que ir se testando. Não é toda hora que vai acertar, mas tem que fazer. Conforme ele vai jogando ele vai sabendo o momento de fazer ou não. Mas é um menino muito especial. O Riquelme vai escrever a história dele.  Também não quero colocar peso nenhum. Ele também não é um menino empolgado. Ao contrário. Ele é humilde.

Veja dribles de Riquelme, do Vasco, contra o Coritiba

Sobre o elenco:

– Eu acho que é uma combinação bem positiva. O elenco do Vasco, de fato, foi muito bem formado. Muito bem elaborado por quem estava aqui antes de mim. E a minha maneira de jogar, que eu gosto de ver o futebol, é essa que estamos tentando implementar. A tendência é que melhore cada vez mais com a sequência de jogos. Tem muitos jogadores técnicos, muitos jogadores bons nas suas categorias de base, alguns aqui e outros que daqui um próximo momento vão pintar aqui. E isso faz parte do que o Vasco pretende para o futuro. Eu considero o elenco que foi montado na Série B um dos melhores elencos. Às vezes, as coisas do futebol não acontecem por uma série de fatores, é muito complexo. Você precisa ter frieza. Quem trabalha no futebol e vive do futebol precisa de mais frieza para ter mais justiça. Quando o resultado não vem, se coloca todo mundo na mesma panela e mexe. E você não consegue identificar quem está errado. Eu não participei de nada disso (montagem do elenco). A diretoria não errou, foi um acerto da diretoria. Quando eu cheguei aqui eu só percebi que o estado anêmico estava um pouco negativo, jogadores um pouco desconfiados do que podiam produzir. Com os treinamentos e confiança que sempre tive, até por isso vim para cá, era que eu achava que o Vasco tinha um elenco muito bom para esse objetivo, que é o acesso.

Jogadores motivados

– Eu acho que um puxa o outro. Não dá para identificar quem está puxando quem. Estamos vivendo um momento coletivo e precisamos alimentar isso. Não são só os jogadores. Eu quero agradecer a tudo que o Vasco tem me ajudado. O departamento médico sem dúvidas é um dos melhores do Brasil. Muita gente que reduziu salário para ficar no Vasco. Uma característica que me acompanha é lesionar pouco o jogador, e quando lesionar, recuperar rápido, e isso aqui no Vasco tem essa sintonia. E aqui é assim. Todo mundo trabalhando com harmonia. O staff do Vasco é, sem dúvidas, um dos melhores do Brasil. Eu acho que as chances do Vasco crescem muito por conta disso. Tem muita gente que gosta muito do Vasco, que faz sacrifícios para que o Vasco consiga avançar. É bom que o torcedor saiba disso.

Desempenho de Cano

– A torcida canta e a gente procura fazer com que o time jogue. Acho que hoje aconteceu. O que não faltou foi vontade em nenhum momento. Isso fica muito visível pela participação do Nenê e do Cano. Acho que o Cano nunca correu e marcou tanto como hoje. Igual eu disse. Fui questionado em uma entrevista em uma entrevista pelo fato dele jogar fora da área. Ele fez gol e ajudou o time a ganhar. Então ele ser artilheiro não é algo que eu possa ajudar. Ele sempre foi artilheiro. O que podia contribuir com ele era que ele participasse mais do processo coletivo, e ele participa cada vez mais. Ele é um jogador, um artilheiro que só joga melhor, e ele só se torna cada vez mais imprescindível. Tenho certeza que quem acompanha futebol vê ele com olhos ainda muito mais positivo. Esse trabalho coletivo, essa entrega está fazendo o Vasco ganhar confiança.

Marquinhos Gabriel

– O Marquinhos Gabriel para mim é um jogador de nível A. De Série A. Eu acompanho ele desde a época do Bahia. Jogador formado na base do Inter, depois no Palmeiras, teve um excelente momento no Santos. Se destacou tanto que o Corinthians comprou por ter mais recursos à época. Eu acho que na nossa cultura – e o Marquinhos é muito técnico, e para o torcedor – a gente imagina que é um jogador, como o Ganso um pouco, que ele não se entrega. É o contrário disso. É um dos caras que mais trabalham no Vasco. Se pegar o GPS e ver o tanto que corre, provavelmente está entre os três primeiros. Quando temos um jogador igual a ele, achamos que tem que fazer a função do Nenê, por exemplo. E são jogadores totalmente diferentes. É um jogador de último terço como o Nenê, de passe, que decide na bola parada, com muitos gols, e um jogador extremamente talentoso, que precisa de volume, que faz o time andar, que ajuda na recomposição. Esse é o Marquinhos Gabriel. Então, às vezes, ele é o oposto do que o torcedor imagina. Hoje é um jogador que não podia ter jogado, sentiu um desconforto na coxa, e jogou o tempo todo. Ele é um jogador que veste e entrega muito para o Vasco. Eu gostaria que a torcida enxergasse isso nele, porque é um jogador que entrega muito.

Nível de dificuldade

– Eu acho que o jogo mais difícil que o Vasco foi contra o Brusque, por condições de campo, por termos um jogador a menos. E soubemos nos entregar absolutamente para ganhar a partida. Tivemos que jogar fora das nossas características, o campo não permitia tocar a bola. Tivemos o Léo Matos expulso ainda no primeiro tempo. A equipe teve coragem. Hoje foi um dos jogos mais importantes, porque estávamos enfrentando o líder do campeonato e tínhamos que vencer. É uma rotina, desde que cheguei estamos sob pressão, precisamos ganhar. Mas foi um dos jogos mais importantes e difíceis do campeonato.

Sobre a derrota para o Sampaio Corrêa

– Eu acho que não é a derrota em si que mais me incomoda, no futebol isso você não tem controle. Em São Luís, o nosso time podia ter feito um segundo tempo diferente, embora eu já não tivesse gostado do primeiro. O segundo então foi pior por conta de achar que a Série B poderia ter jogo fácil. Não existe jogo fácil. Jogos fáceis são os que você ganha, e depois que termina o jogo. Com um homem a menos, achamos que íamos ganhar sem se entregar como fizemos hoje. A lição que fica daquele jogo é que precisamos encarar as partidas com início ao fim do máximo de empenho e dedicação. Assim ficamos mais próximos do nosso objetivo.

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Globo Esporte

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