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Como escolher os alimentos no inverno? 8 dicas para o frio

No inverno, com as quedas de temperatura e os dias mais curtos, é comum termos maior dificuldade para nos mantermos na dieta e na rotina de exercícios.

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Redação Publicado em 22/07/2021, às 00h00 - Atualizado às 10h39


No inverno, com as quedas de temperatura e os dias mais curtos, é comum termos maior dificuldade para nos mantermos na dieta e na rotina de exercícios. Sobretudo na parte da manhã, o frio costuma ser um obstáculo para a motivação para o treino e, durante o dia, também pode ser um estímulo para o consumo de alimentos mais calóricos e, muitas vezes, menos nutritivos. Saber escolher melhores opções na hora de comer e aliar estas escolhas a outros hábitos saudáveis é importante para manter o corpo funcional e a rotina de treinos em dia durantes este período. Por isso, a médica endocrinologista Denise Portugal vai nos ajudar a a entender a relação do organismo com esta época do ano, a importância de manter a rotina de alimentação saudável e exercícios físicos durante a estação e como driblar as dificuldades deste processo.

Primeiro de tudo, a médica destaca a importância de adotar uma nova rotina contínua para manter um estilo de vida mais saudável. Manter hábitos alimentares e de atividade física é de grande importância neste período para não apagar os resultados conquistados anteriormente.

– O que é fundamental para os exercícios que nós fazemos é a continuidade. O estilo de vida saudável é um processo e ele tem que ser contínuo, mesmo no inverno. Que alimentos a gente tem que escolher neste processo? Tem é dar continuidade aos alimentos que a gente já come. O grande erro é a gente achar que faz dieta, porque dieta tem início, meio e fim. Aí quando chega no inverno estraga tudo – aponta Denise, que ainda ressalta a possibilidade de mudar as formas dos alimentos ao invés do conteúdo: – Quando a gente fala em estilo de vida, você está numa rotina de comida de verdade. O nosso corpo pede por comidas mais quentes e a gente pode trazer estas comidas com as comidas de verdade que a gente já usava nas outras estações. Eu tenho que esquentar mais o alimento, mas a comida não muda. Eu só tenho que trazer de uma forma diferente.

Dicas:

  1. Substitua legumes crus por cozidos e servi-los quentes à mesa. Sopas de legumes e verduras também são uma boa opção, mas tente não incluir queijos gordos e creme de leite às receitas;
  2. Inclua os legumes e proteínas em escondidinhos ou suflês, mas sem usar de cremes de leite, requeijão etc;
  3. Ao consumir chocolate, priorizar os que tenham altos percentuais de cacau;
  4. Substitua biscoitos e outros industrializados por oleaginosas, como amêndoas e castanhas;
  5. Utilize alimentos mais proteicos e menos calóricos ao preparar cremes e caldos. Por exemplo, caldo verde à base de couve-flor, ao invés de batata;
  6. Priorize sempre alimentos naturais, a chamada “comida de verdade”;
  7. Invista em alimentos com propriedade antioxidante;
  8. Não despreze a importância da hidratação: beba água! Chás quentinhos também são bem-vindos.

Conforme explica Denise, as baixas temperaturas exigem mais energia do corpo para ele se manter aquecido e, portanto, necessitamos ingerir mais calorias para dar conta desta demanda. Daí vem a tendência de consumirmos alimentos mais pesados no inverno. As temperaturas mais frias desta época do ano também podem ser responsáveis por alterar os hábitos de hidratação.

– O corpo precisa queimar mais calorias para se manter aquecido e, por conta disto, precisamos ingerir mais calorias. O verão por si só já é termogênico, mas o inverno não. O corpo precisa gerar calor e acaba que a gente vai buscar alimentos mais pesados. No inverno, nós temos uma característica de beber menos água também e tem gente que passa o dia inteiro sem beber água se deixar. A hidratação também é importante, precisa ser contínua – ressalta.

Para manter o organismo saudável durante este período, é importante não só tomar cuidado com estes dois pontos, mas também manter a rotina de exercícios aliada a eles. Para Denise, mais importante que treinar no horário ideal é não deixar de se mexer, encaixando o exercício físico na rotina individual de cada um. Da mesma forma, ela aponta que o horário das refeições também deve ser feito de acordo com as particulares de cada indivíduo.

– Muitas pessoas acham que elas têm que fazer exercícios às seis da manhã. E todas as desculpas giram em torno disto. A gente tem que adaptar tudo à nossa rotina e à nossa realidade, para isto entrar no estilo de vida. Faça exercício onde você consiga encaixá-lo. Não precisa sair da sua rotina para trazer o exercício para a sua vida. Eu questiono muito quem impõe “receitas de bolo”, como se fosse todo mundo uma coisa só. Tudo na vida precisa ser individualizado. Nós somos seres tão singulares. Por que o alimento tem que ser igual para todo mundo? A gente tem que ter adaptar a realidade da pessoa àquele estilo de vida e àquele tipo de alimento. Não existe hora para treino. A melhor hora para treinar é a hora que tiver, é a hora que for possível. É melhor treinar num horário que não seja ideal, mas sair da inércia, do que não fazer nada. Da mesma forma, não existe um padrão do treinar em jejum. Tem gente que se treinar em jejum passa mal. O que dá o melhor resultado não é um padrão universal, é a mudança de estilo de vida.

Antioxidantes possuem papel fundamental

Alimentos ricos em antioxidantes são indispensáveis para um estilo de vida saudável — Foto: Eu Atleta | Arte | foto: Getty Image

Alimentos ricos em antioxidantes são indispensáveis para um estilo de vida saudável — Foto: Eu Atleta | Arte | foto: Getty Image

A endocrinologista aponta ainda a importância dos antioxidantes presentes nos alimentos naturais ao manter uma rotina de atividade física. Esta demanda se torna ainda mais urgente neste período de pandemia, em que as pessoas estão mais estressadas e bebendo e fumando com maior frequência e intensidade. Entre os benefícios trazidos por esses nutrientes estão a melhora da recuperação do corpo após os treinos, o aumento da imunidade, a diminuição do estresse e a desaceleração do envelhecimento do organismo.

– O que a gente procura trabalhar quando a pessoa está fazendo exercício são os antioxidantes. Exercícios em excesso podem ser pró-oxidantes. Nem sempre é o caso, mas é importante entendermos o valor de um bom alimento e o seu poder antioxidante na nossa saúde. A gente está vivendo um tempo muito estressante, em que o nosso alimento tem perdido muita qualidade, que as pessoas estão bebendo mais e fumando mais. Isso é um processo de oxidação. Tudo que é da natureza, que vem da terra, tem esse poder de “desenferrujar” – comenta.

Confira alguns alimentos que são ricos em antioxidantes:

  • Frutas cítricas
  • Frutas vermelhas
  • Oleaginosas, como as castanhas e as amêndoas
  • Vegetais escuros, como o espinafre, o brócolis e a couve
  • Cebola
  • Alho
  • Cúrcuma
  • Açafrão
  • Gengibre

Alimentos calóricos podem ser consumidos, mas não podem ser rotina

Mesmo para quem tem uma rotina mais regrada, existem momentos em que pode ser difícil dizer não aos desejos, sobretudo quando isto envolver forrar o estômago com algo mais pesado ou beber para se aquecer no frio. Sobre esta questão, Denise diz que não é necessário abolir estes alimentos, mas sim aprender a hora de consumi-los e a hora de lhes dizer não. Com o devido acompanhamento profissional, é possível manter um estilo de vida saudável, sem grandes restrições e sem excessos, e colher os frutos destes novos hábitos no seu dia-a-dia.

– O que a gente precisa trazer para a nossa realidade é uma rotina alimentar saudável. Não significa que eu tenho que abolir da minha vida um vinho, uma pizza ou um hambúrguer com batata frita, mas isto não pode se tornar rotina. O grande segredo, que eu falo para os meus pacientes, é saber abrir a janela e fechar a janela. A janela aberta não pode se tornar um portal para Nárnia. É aí que entra a importância do profissional do seu lado. Ele vai te ensinar quando abrir e quando fechar essa janela. – ela destaca, apontando uma frequência de uma vez na semana para escapar da rotina alimentar como algo razoável para quem busca resultados mais a médio e longo prazo: – O corpo responde muito ao que ele se alimenta. Se ele tem uma alimentação saudável, você fica mais disposto, mais feliz, mais ativo, raciocina melhor. Tudo tem a ver com alimento. Aquela frase do “você é o que você come” é clichê, mas é muito verdadeira.

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Fontes: Ge – Globo Esporte.

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