O oitavo lugar nos 800m não era o resultado imaginado nem por Guilherme, conhecido no cenário nacional como "Cachorrão", e tampouco por seu treinador, Rogério
Redação Publicado em 20/08/2021, às 00h00 - Atualizado às 13h13
Guilherme Costa não subiu ao pódio nas Olimpíadas de Tóquio, mas conquistou um espaço importante para a natação brasileira no centro aquático da capital japonesa. Com a classificação entre os oito melhores dos 800m livre, voltou a colocar o país em uma final de olímpica em prova de longa distância no estilo livre depois de 41 anos – o último havia sido Djan Madruga, quarto colocado nos 400m em Moscou 1980.
O oitavo lugar nos 800m não era o resultado imaginado nem por Guilherme, conhecido no cenário nacional como “Cachorrão”, e tampouco por seu treinador, Rogério Karfunkelstein. Apesar da insatisfação com a posição, o fato de estar entre os melhores fundistas do mundo concluiu um ciclo de evolução notável para a dupla e pavimentou um caminho interessante para as Olimpíadas de Paris, daqui a três anos.
De desconhecido no meio aquático nacional até pouco depois dos Jogos do Rio, Cachorrão despontou em 2017 e rapidamente se tornou uma figura cativa na seleção brasileira. Ao todo, bateu 13 recordes sul-americanos daquele ano até as Olimpíadas de Tóquio, mais do que qualquer outro nadador do país.
– Foi muito importante pegar aquela final. Mostra que estou entre os melhores do mundo e foi bom para ganhar respeito. Aprendi muito em Tóquio, e foi a primeira vez que consegui nadar de igual para igual em um torneio desse nível. Eu vejo o saldo como positivo – disse o nadador, de 23 anos.
No Japão, Cachorrão também disputou os 400m livre e os 1.500m livre. Na primeira, ficou a apenas 31 centésimos de avançar para a final. Na segunda, foi o 13º. Curiosamente, ele apareceu na natação brasileira nos 1.500m, mas agora tende a se concentrar mais nas outras duas.
– Pode anotar que o Guilherme vai brigar muito por uma medalha [nos 400m e nos 800m] em Paris. Cada coisa que tem acontecido na vida dele tem construído um caminho para a medalha. Ele precisa competir mais, fortalecer a certeza de que não deve nada a ninguém – afirmou Karfunkelstein.
A intenção da dupla era levar os aprendizados de Tóquio na bagagem, mas tirar o restante do ano para balanço. Não exatamente descansar, só que treinar com menos intensidade para entrar em 2022 com tudo.
Porém, o apetite por recordes o impediu de parar. No Troféu José Finkel, realizado na semana passada em Bauru (SP) em piscina curta (25m), Cachorrão bateu o recorde sul-americano dos 800m livre. Mais: classificou-se para nadar os 400m livre e 1.500m livre no Campeonato Mundial em piscina curta (25m) de Abu Dhabi, de 16 a 21 de dezembro – o torneio era seletiva nacional para o evento.
O fluminense não vai nadar os 800m livre porque a distância não faz parte do programa em Abu Dhabi.
– Não estava no planejamento [o Mundial], mas eu tive a melhor competição em piscina curta da minha vida e vai ser uma experiência legal – comentou Cachorrão.
Pouco antes da viagem para os Emirados Árabes Unidos, o nadador ainda disputará o US Open, na cidade norte-americana de Greensboro, no estado da Carolina do Norte (1 a 4 de dezembro). O objetivo é engrenar competições e já entrar em 2022 em alta.
– A gente saiu de Tóquio renovado para entrar muito mais forte em 2024 – resumiu Karfunkelstein.
– No meu foco vão estar os 400m e os 800m livre. Tendo três anos para trabalhar, é uma prova para chegar muito forte a Paris – complementou Cachorrão.
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Fontes: Ge – Globo Esporte.
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