"Foi aí que eu resolvi ir à delegacia", diz Gabriela Cavallin sobre Antony em entrevista

Gabriela Cavallin, DJ e influencer, namorou por quase 2 anos com o jogador de futebol Antony. Recentemente ela expôs a rotina de agressões físicas e violência psicológica que sofreu. O atleta atualmente joga no Manchester United e foi cortado da seleção brasileira depois da reportagem publicada. 

Em entrevista ao UOL, a DJ conta que decidiu dar um basta na relação após um dos episódios mais violentos que diz ter enfrentado. Após uma briga dentro de casa, o jogador teria arremessado um copo de vidro contra ela, lesionando gravemente os dedos de sua mão. 

Fotos, vídeos e áudios das agressões foram publicados em reportagem do UOLe integram o inquérito que levou as medidas protetivas que Gabriela tem contra Antony aqui no Brasil.

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A polícia de Manchester também abriu um inquerito, para investigar o jogador. Após ser procurado para esclarecer o ocorrido, Antony, por meio de sua assessoria, falou que não se pronunciaria sobre o caso, que corre em segredo de justiça aqui no Brasil. Após publicação, escreveu em suas redes sociais que a acusação é falsa. 

Gabriela e Antonyse conheceram em um churrasco de um amigo em comum. Segundo ela, eles conversaram a noite inteira e tiveram uma "conexão". Na hora de se despedir, ela deu um beijo nele.

Antony então, pegou o celular da influencer, a seguiu no Instagram e mantiveram contato deste então. Logo depois, o jogador foi para Tóquio, onde jogou nas Olímpiadas de 2021. Mesmo com a distância, eles conversaram todo dia e ficavam cerca de dez horas por dia, em ligação de vídeo. Quando o jogador voltou para Amsterdã, menos de uma semana depois, a DJ foi morar com ele. 

Em entrevista ao UOL, Gabriela foi questionada de quando ela começou a perceber nele, os primeiros sinais de agressividade. 

A primeira vez aconteceu quando eu estava grávida ainda, ano passado. Foi numa discussão. Ele acabou se alterando, me xingando, me ofendendo, me machucando fisicamente, puxando meu cabelo, me segurando pelo braço".

E ainda completou dizendo: 

Tentou bater o carro também, quando a gente estava saindo da balada. Falou coisas do tipo que, se eu não fosse ficar com ele, eu não ia ficar com ninguém, que eu estava grávida de um filho dele. Ou eu ia ficar com ele ou ia morrer todo mundo: eu, ele e nosso filho".

Também lhe foi apontado sobre o "primeiro" caso mais grave, que ocorreu por volta de junho do ano passado. Onde, segundo inquérito, Gabriela foi a uma casa noturna, o jogador foi atrás e eles acabaram indo embora juntos de carro. Por já estar alterado, Antony ameaçou bater o carro.

Grave para quem está de fora da situação, entende? Dentro da situação, eu tentei arrumar desculpas para o que estava acontecendo. Falei: 'Ele está bêbado, com a emoção muito aflorada porque descobriu que vai ser pai. Não está pensando direito'. Ele pegou o carro, começou a dirigir para a praia, a mandar mensagem para mim se despedindo, pedindo para eu cuidar do nosso filho, que ele ia se matar e tal. Então, eu fiquei desesperada. Pensei que fosse se matar por minha causa. Eu mesma arrumei uma desculpa para a atitude dele para aceitar e voltar com ele, porque na minha cabeça eu pensei: 'Nossa, se eu não voltar com ele, ele vai se matar e a culpa vai ser minha, meu filho vai crescer sem pai", falou a influencer. 

Depois dos ocorridos, o jogador falava que: "Não era ele, que foi um momento de raiva"; e sempre tentava justificar suas ações. 

Ele mesmo colocava na cabeça dele que não tinha feito. Eu falava: 'Mas você tentou bater o carro?'. Aí ele: 'Não é que eu ia bater o carro, só dei uma mexidinha no volante'. Eu dizia: 'Você me deu um tapa'. Ele: 'Não te dei um tapa, eu fui te segurar".

Ainda no dia da balada, Gabriela fez uma declaração de como se encerrou aquele dia.

[Ele estava] dirigindo a 200 km/h, na chuva, na rodovia Parou o carro no meio da rua, correu para dentro da favela. Aí eu e o amigo dele corremos atrás dele. Eu, grávida, correndo na chuva, de madrugada. Achamos ele deitado na calçada, chorando. Muita loucura. Uma hora ele estava chorando, uma hora ele estava me batendo. Aí ele chorava de novo; Saía correndo do nada. Esse dia foi assim: saí da balada 4h30, cheguei em casa 10h da manhã, aconteceu muita coisa durante o caminho, foi com certeza um dos piores dias da minha vida."

A DJ também disse que, em um dos momentos de agressão física, Antony deu um soco em seu peito e fez com que seu silicone virasse. Onde, nesse episódio, ela teve que retornar ao Brasil para trocar a prótese. 

O entrevistador ainda chegou a perguntar, sobre a última agressão. Ao ponto que o jogador teria jogado um copo na influencer, que feriu-a e provocou uma lesão exposta dos seus dedos da mão. E, perguntou se foi ali que Gabriela decidiu acionar a justiça. 

Nesse último dia, eu realmente fiquei com medo de não conseguir sair de dentro da casa e de ele me matar. De ele fazer alguma coisa do tipo. O Antony trancou a porta de casa e não me deixava sair. E eu com o dedo aberto, com a cabeça aberta, toda machucada. E ele não deixava sair. Quebrou todas as minhas coisas. Pegou meu passaporte. A mãe dele e o padrasto até prenderam ele dentro da quadra de futebol que tinha dentro da sala de casa, envolta por grade, como se fosse um alambrado mesmo. Ele falava que ia me matar, que eu tinha destruído a vida dele. Que, se eu terminasse, ele ia se matar e o filho ia crescer sem pai. E a culpa era minha. Depois desse dia, eu falei 'chega'. Aí vim para o Brasil e coloquei na cabeça que não voltaria mais, e que precisava acionar a Justiça. Porque ele estava vindo para o Brasil também, de férias, e fiquei com muito medo de ele vir atrás de mim. Foi aí que eu resolvi ir à delegacia."

Após toda essa situação, Gabriela informa que teve muito apoio de sua família e amigos e está tentando se distrair após essa situação.

Quer voltar a trabalhar tanto com Instagram, rede social, quanto no palco, como eu sempre trabalhei durante anos antes me envolver com ele. Mas, apesar de estar tudo muito confuso, eu me sinto muito melhor hoje. Mais segura. Me sinto muito mais tranquila e leve", informou a DJ.

Como denunciar casos de violência doméstica?

Se você sofre ou conhece alguém que está sofrendo violência doméstica, seja ela física ou psicológica, entre em contato com o número 180, a Central de Atendimento a Mulher. Ela funciona em todo o país e no exterior, 24h por dia. A ligação é gratuita. O contato também pode ser feito pelo WhatsApp no número (61) 9610-0180.

O serviço recebe denúncias, dá orientação de especialistas e faz encaminhamento para serviços de proteção e auxílio psicológico.