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Chacina de Pioz

Caso de brasileiro que matou família na Espanha vira documentário; Assista o trailer

François Patrick Nogueira Gouveia cometeu o crime em 2016, quando tinha apenas 20 anos

François Patrick Nogueira Gouveia cometeu o crime em 2016, quando tinha apenas 20 anos - Imagem: Reprodução/Documentário "Não Conte a Ninguém"
François Patrick Nogueira Gouveia cometeu o crime em 2016, quando tinha apenas 20 anos - Imagem: Reprodução/Documentário "Não Conte a Ninguém"

Ana Rodrigues Publicado em 17/09/2023, às 20h56


Em setembro de 2016, um crime brutal chocou o Brasil e a Espanha, onde quatro vítimas de uma única família paraibana foram encontradas pela Polícia Civil espanhola, um mês depois de serem assassinados. 

As mortes só foram descobertas após os vizinhos sentirem um forte cheiro exalando da casa. Segundo matéria do Splash, os corpos que foram descobertos eram de Marcos Nogueira, sua esposa Janaína Américo, e duas crianças, de um e quatro anos e todos estavam em sacolas de plástico.

A investigação concluiu que François Patrick Nogueira Gouveia, sobrinho de Nogueira, que na época tinha apenas 20 anos, era o único suspeito do crime. Para analisar detalhes do caso, a HBO Max lançou no Brasil a série espanhola "Não Conte a Ninguém". Com cinco episódios, a produção aborda a história da família e da investigação.

Confira o trailer: 

A família era natural de João Pessoa e foi morar na Europaem decorrência de uma oportunidade de emprego que Marcos conseguiu. O sobrinho Patrick foi morar com eles, pois queria jogar futebol na Espanha. 

No dia 18 de setembro de 2016, os quatros corpos foram encontrados esquartejados e deixados para "apodrecer" dentro de sacolas plásticas. No Brasil, a família não desconfiava das mortes, pois eles sempre ficavam um tempo sem dar notícias. Com as investigações, a Guarda Civil espanhola apontou François Patrick como o único suspeito do crime, após encontrar material genético dele no local dos assassinatos.

No Brasil, o jovem foi aconselhado por seu advogado a se entregar às autoridades espanholas. E, enquanto isso acontecia, na Paraíba, a Polícia Civil brasileira prendeu um segundo suspeito de envolvimento nas mortes. Marvin Henriques Correia, então com 18 anos, teve a prisão preventiva expedida pelo Ministério Público.

Foi descoberto que Marvin trocava mensagens com Patrick durante a execução do crime. Segundo a acusação, ele teria incentivado Patrick a matar a família e ainda deu dicas de como "se livrar" dos corpos.

Em seu depoimento, François Patrick descreveu que teve uma infância difícil, disse ter sido vítima de bullying e alegou ser dependente de álcool desde os dez anos. Ele alegou que essas circunstâncias foram gatilhos para os assassinatos. No Brasil, ele já tinha atacado um professor durante o Ensino Médio com uma faca. A vítima não morreu, e Patrick foi submetido a uma pena socioeducativa. 

Patrick foi condenado a três penas de prisão perpétua por matar o tio e os primos. Ele também foi condenado a uma quarta, de 25 anos de reclusão, pelo assassinato da esposa do tio. O Supremo Tribunal da Espanha manteve a condenação e reuniu as penas em uma só condenação perpétua. O condenado também foi obrigado a pagar uma indenização de EU$411 mil para a família das vítimas e para o proprietário da casa onde o crime aconteceu. A pena pode ser revista a cada 25 anos. 

Já Marvin, em 2021 foi absolvido da acusação de ter participado da chacina. A Justiça entendeu que ele não participou do crime e não violou nenhuma lei do Código Penal brasileiro. Porém, em fevereiro de 2023 o processo foi reaberto após pedido do Ministério Público da Paraíba. A decisão que revogou a sentença antiga aponta que Marvin estimulou Patrick, por meio de mensagens de texto, a não desistir de matar o tio e ainda sugeriu que os corpos fossem enterrados.

Hoje, Marvin possui um canal no YouTube e diz que não quer ser associado ao crime.

Fiz um canal no YouTube. Quero realmente que as pessoas pesquisem meu nome e descubram que eu tenho muito mais coisa a oferecer do que apenas essa mancha no meu passado, que mostra uma imagem de alguém que eu não sou", disse em depoimento ao documentário.
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