Diário de São Paulo
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Histórias reais

Aos 22 anos, gêmeas siamesas contam como é compartilhar o mesmo corpo; uma delas namora

Carmem e Lupita Andrade são conectadas pelo torso desde o nascimento

Após 22 anos, gêmeas siamesas contam como é compartilha o mesmo corpo; uma delas namora - Imagem: reprodução Instagram
Após 22 anos, gêmeas siamesas contam como é compartilha o mesmo corpo; uma delas namora - Imagem: reprodução Instagram

Jessica Anjos Publicado em 26/04/2023, às 22h57


Aos 22 anos, Lupita e Carmen Andrade tentam levar uma vida normal mesmo sendo conectadas pelo torso desde o nascimento, compartilhando o mesmo corpo e sistema reprodutivo, são gêmeas siamesas. 

As mexicanas se mudaram, ainda muito pequenas para os Estados Unidos e, hoje, vivem no estado de Connecticut. Em alguns casos como o das meninas, a família opta pela separação nos primeiros meses ou anos de vida. Porém, as duas estão acostumadas com a vida que levam e dizem "ser muito felizes", de acordo com entrevista ao site Today Parents.

Cada uma das gêmeas têm dois braços, mas apenas uma perna. Carmen controla a perna direita. "Eu dirijo", disse ela durante a entrevista. Já Lupita conta que se costuma escolher as músicas e olhar o GPS. 

Nos estudos, Carmem está na faculdade para ser enfermeira veterinária, Lupita pretende atuar na mesma área, como técnica, e sonha em escrever histórias de comédia.

Segundo a Revista Crescer, um ponto de atenção na história das meninas é que Carmen tem namorado enquanto sua irmã, Lupita é assexual. "Conheci meu namorado, Daniel, em um aplicativo de namoro em outubro de 2020", comentou. 

"Nunca tentei esconder o gato de ser gêmea siamesa, o que significa que recebi muitas mensagens de caras com fetiches. Eu sabia logo de cara que Daniel era diferente dos outros, porque ele não começou com uma pergunta sobre a minha condição. Tenho ansiedade social e acabei concelando encontros de última hora, mas me senti tranquila no caminho", relembrou.

Carmen conta que os dois estão juntos há dois anos e meio e querem casar. "Queremos morar juntos primeiro. Daniel e minha irmã se dão muito bem. É engraçado porque fico acordada até mais tarde que a Lupita, mas quando o Daniel vai dormir comigo, eu adormeço rápido - e ele fica conversando com ela. Às vezes, me sinto mal porque quero passar muito tempo com ele. Então, tentamos chegar a acordos", contou.

Sobre filhos, Carmen disse que ela e a irmã não podem engravidar, por terem endometriose, além disso, elas tomam um bloqueador hormonal para impedir a menstruação.

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Daniel, namorado de Carmen com ela e a irmã Lupita / Imagem: reprodução Instagram

Durante a entrevista, as irmãs também comentaram como não se cansam uma da outra. "Estivemos juntas a vida inteira, então, não é como se sentíssemos falta da nossa independência. É tudo o que já conhecemos, certo?".

Mas a rotina não é só alegria

É claro que as irmãs passam por desafios, porém tentam aproveitar a vida como é possível. Elas afirmam que se divertem e fazem passeios como ir a shows, cinema, viajam, até frequentam a academia!

"Nossa vizinha costura roupas para nós desde os 5 anos de idade. Ela faz todas as nossas camisas, vestidos e uniformes e outras coisas", compartilhou Carmen. As irmãs afirmam que as decisões sobre o que vestir diariamente também não causa brigas.

As meninas comentam que têm contas separadas no Instagram e costumam mostrar as rotinas de cada perspectiva. Elas querem normalizar a presença de gêmeos siameses no mundo.

Recebemos alguns comentários desagradáveis. Muitas pessoas não estão acostumadas com pessoas com deficiência estabelecando limites ou criando limites quando se trata de sua deficiência. Recebemos muitas perguntas sobre sexo, como vamos ao banheiro e coisas assim. Mas você se lembrar: não somos apenas gêmeas siamesas, somos pessoas", pediu Carmen.
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