Um levantamento publicado no início deste mês pelo LabCidade, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP), aponta que
Redação Publicado em 14/12/2021, às 00h00 - Atualizado às 06h45
Um levantamento publicado no início deste mês pelo LabCidade, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP), aponta que as regiões com melhor infraestrutura e mais transformadas pelo mercado imobiliário para construção de prédios na capital são, em grande maioria, habitadas por pessoas brancas e de classe média ou alta.
Por outro lado, a maior parte da população negra vive em áreas menos estruturadas, como casas autoconstruídas e em conjuntos habitacionais.
O estudo foi realizado com dados da distribuição da população por tipo de domicílio em apartamento e a distribuição da população negra (pretos e pardos) do Censo Demográfico de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) da Região Metropolitana de São Paulo.
A presença da população negra em imóveis verticais é mais forte nos empreendimentos habitacionais construídos por meio de políticas públicas nas periferias.
Pesquisador do LabCidade, o arquiteto e urbanista Pedro Rezende, ouvido pelo g1, argumenta que isso ocorre por conta da atuação do poder público, que ofereceu moradias mais acessíveis à população de baixa renda, porém, nas áreas periféricas da cidade.
“O processo de urbanização e a forma de construir os produtos imobiliários e de dar acesso a eles resulta, como um todo, em uma cidade que continua racialmente segregada. Isso é uma lógica que não ficou no século passado”, conta Pedro.
Pelo mapa elaborado pelo laboratório da FAU-USP, na região central da capital é possível observar que a população negra mora em residências antigas, como na Bela Vista, Santa Efigênia e Sé. O LabCidade reitera que essa concentração também está associada com a presença de pensões e ocupações na região.
Os pesquisadores explicam o mapa abaixo: quanto mais vermelho, mais vertical e menos negro; quanto mais amarelo, mais horizontal e menos negro; quanto mais verde, mais horizontal e negro e quanto mais roxo, mais vertical e negro.
Nos demais bairros do Centro, a população predominantemente branca se divide em áreas como a região da Paulista ou Higienópolis e de forma horizontal nos bairros de mansões, como o Pacaembu e o Jardim América.
A verticalização urbana é o processo de construção de grandes edifícios, com quatro pavimentos ou mais. O processo de verticalização começa a ocorrer quando não é possível continuar o crescimento horizontal de uma cidade por falta de território.
Na teoria, o processo de verticalização, entre outros benefícios, poderia melhorar a mobilidade urbana, trazer mais qualidade de vida e infraestrutura para a população, além de facilitar o acesso para serviços públicos.
Leia também
Governo busca proibir Meta de usar dados de usuários para treinar IA
Manifestantes barram passagem de Bolsonaro em Rodovia no Pará
Membro do partido Democrata pede que Biden abandone sua candidatura
VÍDEO: Maíra Cardi ignora comentários e fala sobre "chupar rola" na frente da filha
ONLYFANS - 7 famosas que entraram na rede de conteúdo adulto para ganhar dinheiro!