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OCDE alerta que dívida pública do Brasil pode atingir 90% do PIB em poucos anos

Organização projeta que estratégias do governo atual para equilibrar contas públicas não serão suficientes para conter aumento do endividamento do Brasil até 2047

Real brasileiro. - Imagem: Reprodução | Metrópoles
Real brasileiro. - Imagem: Reprodução | Metrópoles

Marina Milani Publicado em 20/12/2023, às 08h40


A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) divulgou um relatório econômico nesta segunda-feira alertando que a dívida pública do Brasil pode chegar a 90% do Produto Interno Bruto (PIB) até 2047. Mesmo com estratégias como o arcabouço fiscal e a reforma tributária, o aumento do endividamento brasileiro pode persistir. O relatório destaca a necessidade de reformas adicionais para reorganizar a saúde financeira do país.

O órgão da OCDE recomenda um pacote mais ambicioso de reformas estruturais para impulsionar o crescimento potencial e reduzir a relação dívida/PIB. Mesmo com a implementação dessas medidas, a OCDE estima que o crescimento da dívida pública ainda atingiria 80% do PIB em 2047.

Entre as sugestões estão a redução de barreiras ao empreendedorismo e concorrência, maior abertura comercial com a diminuição de tarifas, fortalecimento da governança e redução da corrupção, além do aumento permanente do investimento público em 2 pontos percentuais do PIB.

O governo brasileiro registrou um déficit primário de R$ 35,9 bilhões em julho, o segundo pior resultado para o mês na série histórica. A OCDE também recomendou mudanças nos parâmetros para determinar os gastos em saúde e educação, sugerindo correções pela inflação.

O relatório criticou as indexações automáticas das regras de gastos, defendendo que a flexibilidade é crucial para ajustar políticas públicas. A organização incentivou uma nova reforma da previdência, uma reforma administrativa e a limitação dos gastos públicos para estimular o crescimento econômico.

A entidade também destacou que garantir financiamento suficiente para áreas sociais é compreensível, mas defendeu que as despesas sejam corrigidas pela inflação para preservar a flexibilidade fiscal diante de mudanças demográficas ou choques econômicos.

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