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ROTATIVO

O cartão de crédito vai ser extinto no Brasil? Entenda

O presidente do Banco Central afirmou que "o cartão de crédito faz uma função além do que deveria"

Cartão de crédito. - Imagem: Reprodução | Canva
Cartão de crédito. - Imagem: Reprodução | Canva

Marina Roveda Publicado em 23/08/2023, às 08h11


O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, enfatizou a importância de encontrar uma solução cuidadosa para os problemas relacionados ao crédito rotativo, a fim de evitar uma ruptura no mercado de crédito que possa afetar o consumo no Brasil. Campos Neto observou que os cartões de crédito representam 40% do consumo no país, uma proporção significativamente alta em comparação com outros países. Ele destacou que isso sugere que os cartões de crédito desempenham um papel além do que deveriam no consumo brasileiro.

Campos Neto também mencionou que a inadimplência acima de 50% no crédito rotativo indica que há problemas nessa modalidade de crédito. Uma das questões em discussão é a possível restrição ao parcelamento sem juros, que os bancos alegam ser subsidiado pelos juros cobrados no crédito rotativo.

Ele observou que a rápida expansão da oferta de cartões de crédito nos últimos meses, impulsionada por novos players de mercado, contribuiu para o aumento da inadimplência. Campos Neto ressaltou que o setor de crédito é caracterizado pela assimetria de informações e que alguns desses novos entrantes tiveram altas taxas de inadimplência com juros elevados.

Segundo ele, aproximadamente 20% do crédito no Brasilestá relacionado a cartões de crédito, e apenas um terço dessas operações envolve cobrança de juros, seja no crédito rotativo ou no parcelado. Portanto, cerca de 15% do crédito no país não incorre em juros. Campos Neto enfatizou a importância de encontrar uma solução que preserve o parcelamento sem juros, fundamental para o consumo brasileiro, enquanto resolve os desafios associados ao crédito rotativo.

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