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Estudo aponta o Brasil entre os piores na transformação de impostos em serviços públicos

Irlanda mantém a liderança no IRBES pelo quinto ano, seguida por Suíça, Austrália, EUA e Coreia do Sul; Brasil em última posição

Moedas brasileiras. - Imagem: Freepik
Moedas brasileiras. - Imagem: Freepik

Marina Roveda Publicado em 23/11/2023, às 08h05


Um estudo realizado pelo Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT) revela que o Brasil ocupou a última posição entre 30 países analisados no Índice de Retorno de Bem Estar à Sociedade (IRBES). O índice, que leva em consideração a carga tributária, o Produto Interno Bruto (PIB) e o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), avalia se os recursos arrecadados são eficazmente utilizados para melhorar a qualidade de vida das pessoas.

O presidente do IBPT, João Eloi, destaca que a aplicação dos recursos arrecadados no Brasil não tem resultado em melhorias significativas na qualidade de vida da população. Cortes em setores essenciais como educação e saúde são evidentes, apontando para a necessidade de uma gestão mais eficiente dos recursos públicos.

Entre os 30 países analisados, a Irlanda manteve o melhor índice pelo quinto ano consecutivo, seguida pela Suíça, Austrália, Estados Unidos e Coreia do Sul. O Brasil, sendo o último colocado, revela uma alta carga tributária e um retorno insatisfatório.

Pela primeira vez, o IBPT trouxe uma análise detalhada sobre o desempenho dos estados brasileiros. O Distrito Federal, São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina e Paraná foram os cinco melhores colocados, enquanto Bahia, Maranhão, Alagoas, Rondônia e Amazonas ocuparam as últimas posições.

A análise evidencia desequilíbrios entre as regiões do país, com estados do Sul e Sudeste apresentando melhor retorno de desenvolvimento devido à concentração de industrialização, comércio e prestação de serviços.

O estudo também aborda a relação entre a carga tributária e as despesas obrigatórias estipuladas pela Constituição Federal de 1988. Segundo especialistas em direito tributário, mudanças na reforma tributária podem impactar essa dinâmica, permitindo que a arrecadação seja direcionada ao local de residência do contribuinte, proporcionando uma maior fiscalização e exigência de boa gestão dos recursos por parte dos governantes.

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