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CERVEJINHA

Efeito Lula: preço do alimento mais desejado pelo brasileiro despenca

Dados do IBGE e da ANP revelam oscilação de preços no governo Lula nos primeiros cinco meses de mandato; preços da cerveja e dos combustíveis sobem

Picanha e cerveja. - Imagem: Reprodução | YouTube
Picanha e cerveja. - Imagem: Reprodução | YouTube

Marina Roveda Publicado em 16/06/2023, às 08h53


Em meio às promessas de campanha, o então candidato à presidência Lula afirmou que "o povo tinha que voltar a comer churrasquinho, comer uma picanha e tomar uma cervejinha”. Contudo, os preços desses produtos, assim como dos combustíveis, não apresentaram o cenário esperado nos cinco primeiros meses de seu mandato.

Segundo dados do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a cerveja registrou um aumento de 2,94% no período mencionado, enquanto os combustíveis tiveram uma expansão de 5,99%. Por sua vez, a picanha teve uma queda de 4,4% em seu preço.

De acordo com especialistas consultados pelo R7, apenas a carne bovina teve uma variação condizente com o ciclo pecuário. Fernando Iglesias, analista sênior da consultoria Safras & Mercado, afirma que não houve influência política na queda de preço da carne, pois já era esperada uma maior disponibilidade de bovinos para o abate em 2023.

A CervBrasil, Associação Brasileira da Indústria da Cerveja, atribui o aumento no preço da bebida alcoólica ao acúmulo de custos nos últimos anos, como energia, distribuição e matérias-primas. Paulo Petroni, diretor-geral do grupo, menciona que a demanda reprimida durante a pandemia contribuiu para a atual pressão nos preços, mas desconhece qualquer medida do atual governo para reduzir os valores cobrados pela cerveja.

Quanto aos combustíveis, a alta dos preços foi impulsionada pela determinação da Petrobrase pelo retorno da cobrança parcelada dos impostos federais sobre a fonte de energia. A ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis) indica que o preço médio ao consumidor nas bombas subiu de R$ 4,96 para R$ 5,21 no período analisado.

Francisco Raeder, doutorando em economia na UFF (Universidade Federal Fluminense), explica que, apesar de uma redução temporária nos impostos federais implementada pelo governo Bolsonaro em 2022, os encargos voltaram parcialmente em março deste ano. A segunda parte dos impostos tem previsão de retorno para o dia 1º de julho, o que pode resultar em um aumento ainda maior nos preços dos combustíveis nos próximos meses.

Portanto, nos primeiros cinco meses de mandato do presidente Lula, houve um aumento nos preços da cerveja e dos combustíveis, enquanto a picanha apresentou uma queda. As variações refletem diferentes fatores, como o ciclo pecuário e os custos acumulados na indústria cervejeira. O cenário ainda indica a possibilidade de mais aumentos nos preços dos combustíveis devido ao retorno gradual dos impostos federais.

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