Diário de São Paulo
Siga-nos

Desemprego no Brasil atinge menor nível desde 2015: 7,7% no 3º trimestre de 2023

Categoria de empregados com carteira assinada no setor privado cresce 1,6%; taxa de informalidade mantém-se em 39,1%

Carteira de Trabalho. - Imagem: Reprodução | Agência Brasil
Carteira de Trabalho. - Imagem: Reprodução | Agência Brasil

Marina Roveda Publicado em 01/11/2023, às 09h08


Segundo os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira, 31, a taxa de desocupação no Brasil registrou 7,7% no terceiro trimestre de 2023, que se encerrou em setembro. Isso representa uma diminuição de 0,4 ponto percentual em comparação com o trimestre anterior. Essa taxa de desemprego é a mais baixa desde o trimestre encerrado em fevereiro de 2015, quando atingiu 7,5%.

O número total de desempregados teve uma redução de 3,8% no trimestre, o que representa 331 mil pessoas a menos, totalizando 8,3 milhões de desempregados. No acumulado do ano, houve uma diminuição de 12,1%, equivalente a 1,1 milhão de pessoas, na população desocupada.

O número de pessoas ocupadas alcançou um patamar recorde na série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), iniciada em 2012, chegando a 99,8 milhões de pessoas. Adriana Beringuy, coordenadora de Pesquisas por Amostra de Domicílios do IBGE, explicou que a queda na taxa de desocupação foi impulsionada pelo aumento expressivo no número de pessoas trabalhando e pela redução na busca por emprego no terceiro trimestre de 2023.

Em comparação com o trimestre anterior, o número de ocupados cresceu 0,9%, o que equivale a 929 mil pessoas a mais no mercado de trabalho. Como resultado, o nível de ocupação atingiu 57,1%, com um aumento de 0,4 ponto percentual na mesma comparação. Esse índice representa a porcentagem de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar.

A categoria de empregados com carteira assinada no setor privado apresentou o maior crescimento, com um acréscimo de 1,6%, totalizando 37,4 milhões de trabalhadores. Essa foi a única categoria investigada pela pesquisa que teve um crescimento significativo. As demais permaneceram estáveis em relação ao trimestre anterior.

No que diz respeito à informalidade, a taxa de informalidade atingiu 39,1% do total de ocupados, mantendo-se estável em comparação ao trimestre encerrado em junho. Em todo o país, foram estimados 39 milhões de trabalhadores informais. Entre os setores econômicos analisados pela pesquisa, o de informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas foi o único a registrar um aumento significativo no número de ocupados, com 3,5% de crescimento, ou seja, mais 420 mil pessoas.

A força de trabalho, que engloba ocupados e desocupados, chegou a 108,2 milhões de pessoas, com um aumento de 597 mil no trimestre. A população fora da força, estimada em 66,8 milhões, permaneceu estável, assim como o número daqueles que estão na força de trabalho potencial, que é composta por pessoas que não estavam ocupadas nem buscavam emprego, mas tinham potencial para se tornar parte da força de trabalho.

Em relação aos desalentados, um subgrupo da força de trabalho potencial que representa aqueles que desistiram de procurar emprego, houve uma redução de 4,6% em comparação com o trimestre anterior, totalizando 3,5 milhões de pessoas, o menor contingente desde o trimestre encerrado em 2016.

O rendimento médio real foi estimado em R$2.982, com um crescimento de 1,7% em relação ao trimestre encerrado em junho e 4,2% em comparação com o mesmo período do ano anterior. O volume total de rendimento atingiu um novo recorde na série histórica da pesquisa, estimado em R$ 293 bilhões, com um aumento de 2,7% em relação aos três meses anteriores.

A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) é o principal instrumento de monitoramento da força de trabalho no Brasil, e a amostra do trimestre corresponde a 211 mil domicílios pesquisados, com a colaboração de cerca de dois mil entrevistadores em 26 estados e no Distrito Federal. Eles estão integrados à rede de coleta de mais de 500 agências do IBGE.

Compartilhe  

últimas notícias