Diário de São Paulo
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SUPER-RICOS

BC se declara parceiro do governo e abraça ideia de taxar os 'super-ricos'

Roberto Campos Neto, do Banco Central, sugere alíquota de 10% para taxar grandes fortunas

Roberto Campos Neto - Imagem: Divulgação / Rafael Ribeiro/ BCB
Roberto Campos Neto - Imagem: Divulgação / Rafael Ribeiro/ BCB

Marina Roveda Publicado em 28/09/2023, às 08h06


Durante uma audiência na Câmara dos Deputados, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, destacou a parceria da instituição com o governo federal. Ele também manifestou seu apoio à ideia de tributar os super-ricos e as offshores. As declarações ocorreram em resposta a questionamentos dos deputados da base governista durante a audiência pública realizada em 27 de setembro.

Em sua intervenção, Campos Neto enfatizou que o Banco Central está empenhado em contribuir para melhorar a situação econômica do país, ressaltando a colaboração efetiva entre a instituição e o governo federal. Ele declarou: "A gente tem tentado trabalhar para melhorar a situação. O Banco Central é parceiro. Não estou dizendo que o Banco Central está trabalhando sozinho. E nem sou eu. O Banco Central é muito mais do que Roberto Campos. Eu só estou dizendo que o Banco Central trabalha para melhorar a situação do país".

Quanto à tributação das grandes fortunas e das offshores, o presidente do BC se mostrou favorável a essa iniciativa e defendeu uma alíquota de 10%. Ele explicou: "Sobre arrecadação de super-ricos, sou a favor de arrecadação de fundos exclusivos, sou a favor de arrecadação de offshores. No governo anterior, tinha um projeto de offshore, a gente queria fazer a taxação das offshores, eu achava que a alíquota para taxação tinha de ser mais alta, eu pedi que fosse 10%, achei que 10% era razoável, voltou com 6%, eu inclusive acho 6% baixo, acho que tem que taxar mais".

Em agosto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou uma Medida Provisória para taxar rendimentos de fundos exclusivos, que são investimentos milionários em aplicações como ações ou renda fixa, com um mínimo de R$ 10 milhões e manutenção de R$ 150 mil por ano. Além disso, o governo enviou um projeto ao Congresso para tributar offshores, que são empresas abertas fora do país, geralmente em paraísos fiscais, onde a tributação é reduzida. Essas medidas estão alinhadas com os planos do Ministério da Fazenda para aumentar a arrecadação de receitas do governo.

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