O número de famílias ameaçadas de despejo aumentou 660% no estado de São Paulo em um ano, segundo levantamento feito pela Campanha Nacional Despejo Zero. Os
Redação Publicado em 30/08/2021, às 00h00 - Atualizado às 09h29
O número de famílias ameaçadas de despejo aumentou 660% no estado de São Paulo em um ano, segundo levantamento feito pela Campanha Nacional Despejo Zero. Os números refletem um empobrecimento da população e do déficit habitacional durante a pandemia de Covid-19.
Apenas na capital paulista, 36.800 pessoas estão ameaçadas de despejo. O levantamento foi realizado com dados informados por cerca de cem entidades da área de moradia em todo o país.
A ocupação Jorge Hereda, construída em um terreno no Jardim Brasília, perto da Avenida Aricanduva, na Zona Leste de São Paulo, foi organizada por um movimento de moradia. Os moradores vivem apreensivos à espera de uma reintegração de posse.
“Todo mundo tá com medo, lógico, porque ninguém tem pra onde ir. Muitas pessoas que procuram o espaço pra moradia, estão em situação de desemprego, foram despejadas, moravam de aluguel, por conta da pandemia, perdeu o emprego”, afirmou Matheus Lira, da Unificação das Lutas de Cortiços e Moradia.
O ajudante de pedreiro Lucas Tavares foi para ocupação para não morar na rua após ficar sem emprego.
“Eu cheguei a pagar 500 reais no aluguel, só que ainda tinha água, tinha luz, o bujão que tá caro, o alimento, a mistura. Para o nosso salário que a gente ganha, um salário mínimo, não dá pra viver”, lamentou.
De acordo com dados da Fundação Getúlio Vargas, há um déficit de 500 mil moradias apenas na cidade de São Paulo.
O Tribunal de Justiça de São Paulo aponta que apenas no mês de julho foram 901 ações de despejo relacionadas ao mercado de locação. A maioria delas, 765 processos, foi por não pagamento de aluguel.
“Você ficar sem sua casa num contexto de pandemia, isso significa não só uma violação ao direito de moradia, mas tbm tem efeitos no direito a saúde, educação e violação de vários outros direitos básicos nesse contexto”, disse Raquel Ludermir, coordenadora de Incidência Política da Habitat Brasil.
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G1
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