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‘Homenagem particularmente para mulheres’, diz Angelita Gama sobre entrar para lista de cientistas mais influentes do mundo

"A gente tem que ser o melhor possível até no mínimo que fazemos." Foi com este lema adaptado de um poema de Fernando Pessoa que a cirurgiã brasileira

‘Homenagem particularmente para mulheres’, diz Angelita Gama sobre entrar para lista de cientistas mais influentes do mundo
‘Homenagem particularmente para mulheres’, diz Angelita Gama sobre entrar para lista de cientistas mais influentes do mundo

Redação Publicado em 06/04/2022, às 00h00 - Atualizado às 07h45


“A gente tem que ser o melhor possível até no mínimo que fazemos.” Foi com este lema adaptado de um poema de Fernando Pessoa que a cirurgiã brasileira Angelita Habr-Gama pautou sua carreira.

Uma das médicas mais premiadas do país, Angelita teve agora seu trabalho reconhecido pela Universidade de Stanford (EUA), que a incluiuentre os 2% de pesquisadores que mais contribuíram para o desenvolvimento da ciência no mundo.

Ao g1, a professora emérita da Universidade de São Paulo (USP) afirmou que se sentiu honrada ao entrar para a lista, que considera uma oportunidade de valorização dos pesquisadores e das pesquisadoras brasileiras.

“Tive a sorte e a oportunidade, trabalhando muito, de ser reconhecida. E eu recebo essa classificação como uma homenagem para o país todo, particularmente para as mulheres. As mulheres têm que estar em igualdade de condições e competência e podem também chegar ao mesmo status que os colegas do sexo masculino”, diz.

Angelita foi a primeira mulher residente de cirurgia do Hospital das Clínicas (HC) e também a primeira a chefiar os departamentos de Cirurgia e Gastroenterologia da Faculdade de Medicina da USP. Desde então, se tornou referência mundial na especialidade em que atua, a coloproctologia, que estuda as doenças do intestino grosso, do reto e do ânus.

Aos 89 anos, a médica considera que ainda há muito o que ensinar e aprender na sua prática da medicina e se diz esperançosa com as gerações futuras de cientistas.

“Temos muito entusiasmo na divulgação dos nossos conhecimentos para os jovens. A geração que segue a nossa promete muito. É muito comprometida e de muita responsabilidade.”

Em 2020, Angelita se curou da Covid-19 após ficar 50 dias sedada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, na capital paulista, onde atua como cirurgiã (veja abaixo o vídeo da alta).

“Não tive medo de morrer, mas também preferiria que não acontecesse naquele momento. Como dizia minha mãe, aos 97 anos: ‘Ainda é muito cedo, tenho tantas coisas para fazer'”, escreveu após a alta em artigo publicado na Revista Fapesp.

Hoje totalmente recuperada e sem sequelas da Covid, Angelita afirma que continuará trabalhando em busca de novas conquistas.

“As realizações vão aparecendo dia a dia, então eu continuo trabalhando. Fisicamente estou muito bem. Tenho conhecimento, tenho experiência, saúde boa e excelente disposição para continuar trabalhando e continuar atendendo os meus pacientes.”

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G1

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