Diário de São Paulo
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Com a pandemia, acolhimento aos sem-teto em ONG de São Paulo aumenta mais de 1.500%

O número de atendimentos à população em situação de rua aumentou mais de 1.500% durante a pandemia de coronavírus na cidade de São Paulo. Esse é o

Com a pandemia, acolhimento aos sem-teto em ONG de São Paulo aumenta mais de 1.500%
Com a pandemia, acolhimento aos sem-teto em ONG de São Paulo aumenta mais de 1.500%

Redação Publicado em 11/10/2021, às 00h00 - Atualizado às 15h22


O número de atendimentos à população em situação de rua aumentou mais de 1.500% durante a pandemia de coronavírus na cidade de São Paulo. Esse é o levantamento do Movimento Estadual da População em Situação de Rua de São Paulo, uma das principais organizações não-governamentais (ONGs) que atuam no Centro da capital paulista.

Antes de março de 2020, a ONG atendia cerca de 60 moradores sem-teto por dia. Atualmente, o número de sem-tetos que recebem algum tipo de assistência diariamente no local passou para 1.000, uma alta de 1.566%.

De acordo com estimativa do Movimento Estadual da População em Situação de Rua de São Paulo, o número de sem-tetos está em 66 mil pessoas, quase três vezes maior do que o do censo oficial, realizado pela Prefeitura de São Paulo, de 24.344 mil pessoas, em 2019.

O atendimento da ONG inclui o fornecimento de marmitas diárias, roupas, auxílio para retirar documentação, cursos profissionalizantes e encaminhamento profissional. Os dados da população em situação de rua atual são baseados na busca ativa por assistência na entidade de assistência social.

“Nós sentimos uma mudança no perfil dos sem-tetos que vêm em busca de alimentação, abrigo e trabalho. Agora são famílias inteiras que chegam com crianças recém-nascidas, jovens e idosos que não conseguem se manter com suas aposentadorias após a pandemia”, afirmou Robson Mendonça, presidente da entidade.

Fila para distribuição de marmitas no Movimento Estadual da População em Situação de Rua de São Paulo na Rua José Bonifácio, Centro da capital — Foto: Divulgação
Fila para distribuição de marmitas no Movimento Estadual da População em Situação de Rua de São Paulo na Rua José Bonifácio, Centro da capital — Foto: Divulgação

O crescimento da pobreza provocado pela pandemia também modificou o perfil de quem busca ajuda para sobreviver.

“Nós recebemos pessoas que eram microempresários, que perderam negócios com a pandemia, muitos têm boa escolaridade mas também foram afetados, isso é lastimável”, diz Mendonça.

Nos últimos 18 meses, a ONG encaminhou 200 pessoas para postos de trabalho através de parcerias com empresas privadas e a Secretaria Municipal do Trabalho. Dessas, 150 continuam trabalhando em empresas da construção civil, lojas de venda de materiais de construção e comércio em geral, além de prestadoras de serviços.

O Movimento Estadual da População em Situação de Rua de São Paulo fica na Rua José Bonifácio, na Sé, e aceita doações de roupas e alimentos.

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G1
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