Mudanças climáticas não só intensificam chuvas, mas também secas, exigindo medidas adaptativas e legislação ambiental forte
Sabrina Oliveira Publicado em 10/05/2024, às 12h04
Carlos Nobre, renomado climatologista, lança estimativa alarmante de que até 3 milhões de brasileiros possam ter que mudar de residência nos próximos anos devido a eventos climáticos extremos. Essa realidade iminente é impulsionada pela suscetibilidade crescente do país a desastres naturais, segundo dados do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden).
Em um levantamento anterior, em 2018, o Cemaden já alertava para a situação de 2 milhões de pessoas vivendo em áreas de altíssimo risco de inundações, deslizamentos e encostas. No entanto, com uma nova análise em andamento sendo realizada com quase 2000 municípios, esse número pode ultrapassar os 3 milhões, destacando a urgência da situação.
A mudança climática tem se manifestado de maneiras devastadoras em diferentes partes do Brasil. Chuvas intensas têm causado estragos em várias regiões, forçando comunidades inteiras a se realocarem. Recentemente, cidades como São Sebastião (SP) e áreas do Recife, Sul da Bahia e Norte de Minas Gerais foram severamente afetadas.
Segundo especialistas, a Região Sul do Brasilenfrentará um aumento significativo no deslocamento populacional devido a eventos climáticos extremos. O Rio Grande do Sul, por exemplo, já enfrenta uma crise sem precedentes, com centenas de milhares de pessoas desalojadas devido a fortes chuvas.
Essa combinação de fatores, incluindo frentes estacionárias, umidade vinda do Norte, aquecimento das águas do Oceano Pacífico e o impacto do aquecimento global, está exacerbando a frequência e a intensidade dos eventos climáticos.
Para lidar com essa emergência, os especialistas enfatizam a importância da prevenção e da preparação. Planos de contingência e sistemas de alerta eficazes são essenciais para orientar as comunidades sobre medidas de segurança e evacuação. Além disso, é crucial investir em soluções de longo prazo para tornar as áreas afetadas mais resilientes e reconstruir o que foi perdido. Este cenário também destaca a necessidade urgente de políticas ambientais sólidas, que desempenham um papel fundamental na proteção das florestas e na mitigação dos efeitos das mudanças climáticas.
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