Os impactos que tecnologias ambientalmente sustentáveis terão para a economia em um futuro próximo deixam clara a necessidade de ações interligadas entre
Redação Publicado em 20/05/2022, às 00h00 - Atualizado às 15h32
Os impactos que tecnologias ambientalmente sustentáveis terão para a economia em um futuro próximo deixam clara a necessidade de ações interligadas entre diferentes pastas governamentais. É com esse espírito que algumas políticas públicas têm sido elaboradas e anunciadas durante o Congresso Mercado Global de Carbono – Descarbonização & Investimentos Verdes.
Em uma das plenárias desta sexta-feira (20), sobre crescimento verde, três ministros ressaltaram a necessidade de trabalhar conjuntamente algumas pautas. É o caso da produção sustentável de combustíveis a partir do hidrogênio – o chamado hidrogênio verde – e da elaboração de um selo para “estradas parque”, que são rodovias com passagens aéreas e subterrâneas para minimizar os impactos causados à fauna e à flora próximas.
Esta é uma das tecnologias que estão na mira do ministro da Infraestrutura, Marcelo Sampaio, que destaca ainda a preocupação em incentivar cada vez mais rodovias “racionalmente impermeáveis”, que devolvem a água da chuva para o meio ambiente, evitando erosões. “Tudo para mitigar ou garantir impacto mínimo [para esses ambientes]”, afirmou Sampaio.
“A agenda de sustentabilidade é transversal e pega todos ministérios”, completou.
Também participaram do debate os ministros do Meio Ambiente, Joaquim Leite, e da Ciência, Tecnologia e Inovações, Paulo Alvim, que fizeram algumas sugestões. “O caminho é crescer verde; é se desenvolver na direção do verde”, disse Joaquim Leite. “Os investidores querem isso: estradas que garantem proteção ambiental”, disse Alvim, ao sugerir que tais empreendimentos tenham “pontos de paradas para observação das florestas”.
Alvim sugeriu que alguns tipos de material que têm sido usados em laboratórios, inclusive flutuantes, na Amazônia poderiam ser testados nas estradas e pavimentações. “Em ciência e tecnologia, além do papel de construir soluções, temos alternativas de pavimentação, como construção de pavimentos bons ambientalmente e duradouros.”
“Há políticas públicas convergentes que se falam e se somam”, disse o ministro. Para ele, a exemplo do que tem ocorrido em outras iniciativas, é preciso que se traga o setor empresarial para este “mercado, que só vai crescer”.
Outro mercado que tende a crescer, principalmente após o interesse manifestado por outros países, é o do hidrogênio verde, que é a produção de hidrogênio para ser usado como combustível, a partir de fontes ambientalmente sustentáveis.
A produção do combustível verde requer uso de grande quantidade de energia. Caso o processo de produção hidrogênio não faça uso de fontes energéticas danosas ao meio ambiente, dá-se a ele o nome de “hidrogênio verde”.
Entre as possibilidades em estudo, está o uso da energia obtida a partir de offshores (energia eólica gerada a partir de estruturas instaladas no mar) para produzir hidrogênio combustível. “Temos uma costa sem tempestades e com ventos constantes. Poderemos instalar muita coisa offshore para produzir hidrogênio”, disse o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite.
De acordo com ministro de Ciência, Tecnologia e Inovações, segurança energética é um dos principais desafios e precisa ser debatida. “Quando falamos disso, falamos dos combustíveis do futuro e do hidrogênio. Temos políticas que avançam nesse sentido; no desafio tecnológico do hidrogênio, que vai contribuir não só para ativar a bioeconomia como também para permitir maior distribuição espacial de energia limpa”, destacou Alvim.
Ele disse que o governo está preocupado com a questão do hidrogênio. “A água [de onde se pode extrair hidrogênio] é uma das fontes, mas há outras rotas tecnológicas para chegar na energia do hidrogênio, como é o caso do etanol”, acrescentou.
“Já temos produção em alguns estados, e temos carros de hidrogênio rodando. Temos inclusive linhas de produção em fábricas. É algo que está muito próximo. Há ainda possibilidade de usar essa energia em indústrias, energia elétrica e em outras áreas. O hidrogênio tem um arco-íris [de possibilidades] porque, a partir de cada fonte, tem uma alternativa. São fontes ilimitadas”, destacou.
Alvim aproveitou o encontro para adiantar que, nos próximos dias, haverá uma grande chamada para empreendedores e pesquisadores de energia verde. “Milhões serão investidos para que, em breve, tenhamos novas soluções.”
O Congresso Mercado Global de Carbono, que termina hoje, inclui 24 painéis que estão sendo apresentados em quatro salas temáticas. O evento traz ainda 120 cases (evento como a criação de uma empresa ou o lançamento de um produto ou serviço) de sucesso de empreendedores verdes.
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Agencia Brasil
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