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COLUNA

“Usurpador antipapa”: Padre italiano é excomungado após declarações a respeito do papa Francisco

Padre italiano Ramon Guidetti - Imagem: Reprodução | YouTube
Padre italiano Ramon Guidetti - Imagem: Reprodução | YouTube
Agenor Duque

por Agenor Duque

Publicado em 08/01/2024, às 05h53


Na segunda-feira (01) a diocese de Livorno, na Toscana, emitiu decreto comunicando aos fiéis que o padre italiano Ramon Guidetti havia sido excomungado por seu bispo, dom Simone Giusti, em razão de haver incorrido e “ato cismático” durante sermão na missa do último dia 31, nas comemorações ao Ano Novo. A diocese determinou ainda que católicos que não acolherem a decisão terão o mesmo destino, sendo, portanto, igualmente excomungados.

Durante sua homilia, Guidetti teria proferido declarações a respeito do papa, demonstrando seu descontentamento com a atuação do pontífice em seus anos de papado.

Na ocasião, em que também aconteceu uma homenagem que marcou o aniversário de um ano do falecimento de Bento XVI, a quem Francisco sucedeu, Guidetti refere-se ao papa Francisco como “Sr. Bergoglio” e o teria chamado de “maçom jesuíta ligado a potências mundiais”, “maçom” e “usurpador antipapa”.

Não é de hoje que se sabe que o papado de Francisco tenha fins ideológicos, servindo aos interesses e às agendas de esquerda/progressistas/comunistas em todo o mundo. Dentre as evidências disso encontram-se ações concessivas como a que determinou uma bênção a pessoas que estejam em união “conjugal” com pessoas do mesmo sexo e desejam formalizá-la.

A política da “boa vizinhança” com não conservadores adotada por Francisco, segundo afirma Guidetti, jamais ocorreria sob papado de Bento XVI. Não é sem razão que o papa Francisco tenha sido nomeado e seu papado abraçado por progressistas, mas sofra rejeição pela ala conservadora da igreja católica. Além do mais, há também aqueles, dentre os detratores de Francisco, que consideram sua nomeação como sendo sem valor oficial.

Na missa ocorrida no Vaticano, no último dia 31, não ocorreram declarações tão enfáticas contra o atual papa, como as proferidas por Guidetti, mas, apesar disso, muitas críticas foram feitas ao pontífice, dentre elas as do ex-prefeito para a Doutrina da Fé, Gerhard Mueller, que, em concordância com a fala do padre excomungado, declarou que Bento XVI jamais abençoaria casais gays. Questionado sobre estar impondo distanciamento do Vaticano com suas falas, Mueller afirma que o “[...] Vaticano não é uma União Soviética nem uma monarquia” em que um soberano dá as ordens que devem ser acatadas e cumpridas por todos.

O documento de excomunhão de Guidetti, assinado pelo chanceler da diocese, justifica a ação declarando que o padre “cometeu publicamente um ato de natureza cismática, recusando a submissão ao Sumo Pontífice e a comunhão com os membros da Igreja que lhe estão sujeitos”. Com a determinação, Guidetti foi afastado da função de pároco exercida até então e fica, portanto, proibido de realizar celebrações e proceder aos sacramentos.

Ao se pronunciar a respeito da excomunhão ao programa de rádio da Domina Nostra, apresentado por Alessandro Minutella, um padre também excomungado, Guidetti afirma estar calmo, mas surpreso com o fato de a punição ter ocorrido tão rapidamente. Quanto ao decreto de sua excomunhão, diz que irá emoldurá-lo e pendurá-lo na parede, como algo de que muito se orgulha. E completou sua fala afirmando que sente certa amargura no coração devido à cegueira e dureza de coração “por parte daquela que deveria ser a mãe, Igreja. Ela deveria ser maternal e na realidade é uma tirana”.

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