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COLUNA

A política dos Conchavos: Aprovação da Reforma Tributária e a Decepção com a Manifestação de Concordância de Tarcísio Freitas

Tarcísio de Freitas e Fernando Haddad. - Imagem: Divulgação
Tarcísio de Freitas e Fernando Haddad. - Imagem: Divulgação
Agenor Duque

por Agenor Duque

Publicado em 10/07/2023, às 06h27


Na última quinta (06), a Câmara aprovou a reforma tributária, com 382 a 118 (no primeiro turno) e 375 a 113 (em segundo turno). Com isso, deputados do Centrão cobram de Lulaa recompensa por seu apoio e contribuição para a vitória.

É de conhecimento público que política se faz mediante acordos, combinações, alianças. O problema não está necessariamente nisso, mas em conchavos que visam troca de favores e lugares em funções e cargos decisórios que impactarão negativamente a nação.

Quando líderes se vendem a fim de alcançar patamares cada vez mais altos e importantes, com o fim de benefício próprio, aí instala-se corrupçãoe aliança para tramar o mal. E quando aliados de direita decidem sinalizar apoio a líderes de esquerda, comunista, socialista, que visam pilhar o país e encher seus bolsos de despojos para financiarem suas causas de domínio e perpetuação de poder nefastas, além de decepcionante, é uma manobra perigosíssima para qualquer democracia.

As fileiras do mal não podem ser engrossadas, sob risco de sucumbirmos, como nação, ao domínio de governos totalitaristas! Lembre-se de que nenhum regime totalitário começou grande, com poder absoluto, como acontece na China, por exemplo. Autocratas são pacientes, eles vão comendo pelas beradas, minando, cercando... Liberdades são tiradas paulatinamente, a censura se instala passo a passo, até que dão o bote final e certeiro e assumem o poder, sem que o povo tenha a chance de se defender. Daí a importância de não se dar sequer indício de apoio a qualquer ação, fala ou posicionamento da esquerda no Brasil. Daí a preocupação e decepção advinda do apoio ofertado por Tarcísio Freitas (Republicanos), governador de São Paulo, à reforma tributária de Lula, aprovada na Câmara dos Deputados, na última quinta (06), uma clara ação contrária à recomendação do ex-presidente, o conservador Jair Messias Bolsonaro (PL).

Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou que as discussões da temática da reforma tributária não causou qualquer desconforto ou quebra de amizade entre Jair Bolsonaro e Tarcísio de Freitas, afirmando haver participado do encontro entre eles e que a conversa ocorreu em clima amistoso, visando a alcançar uma unidade de discurso. Segundo o parlamentar, discutir ideias “não torna ninguém inimigo”.

O ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles manifestou apoio ao ex-presidente e à forma adotada para governar o país e afirmou que “Ser de direita não é um discurso, é uma conduta”. Marco Feliciano (PL-SP) também foi às redes sociais reafirmando fidelidade partidária e apoio e apreço a Bolsonaro e criticando a posição assumida por Tarcísio. “Gratidão não prescreve”, afirmou.

Salles alfineta, mencionando que Luiz Phillipe de Orleans e Bragança, e não Tarcísio, é que teria propriedade para representar a direita na discussão com o relator e negociar a votação do texto, por entender muito mais a respeito da temática.

A postura adotada por Tarcísio cheira a traição a Bolsonaro, à direita e seu modus operandi, aos princípios da direita. Para Flávio, troca de ideias e divergências são comuns dentro e entre partidos, e  “[...] obviamente, [...] O governador Tarcísio é um grande quadro de direita, conservador, liberal, aliado e leal ao presidente Jair Bolsonaro” (Site Pleno News), o que vai em concordância com a fala de Arthur Lira (PP-AL), que aconselhou Bolsonaro a preservar a amizade com o atual governador de São Paulo.

A esperança é que o governador de São Paulo não seja um traidor.

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