por Agenor Duque
Publicado em 13/05/2024, às 08h06
Não foi necessário muito tempo depois da divulgação da decisão do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária (CNPCP) e de a notícia ter repercutido amplamente para que, sob forte pressão popular e dos verdadeiros representantes do povo nas instâncias políticas do país, o governo do atual presidente desse um passo atrás e reconhecesse a necessidade de ajustes na resolução do CNPCP que proibia a conversão, e consequentemente a propagação do evangelho de Jesus, nas unidades prisionais brasileiras.
Desde que a notícia veio a público, a bancada evangélica e católica se mobilizou no intuito de derrubar a decisão do CNPCP, órgão ligado ao Ministério da Justiça, e partiu para cima, portando argumentos e evidências, fazendo pressão para que a resolução fosse revogada e/ou submetida às alterações que garantissem tanto a liberdade dos cristãos de expressarem sua fé quanto a dos ouvintes de ouvir e decidir-se, ou não, favoravelmente a ela.
A resolução, justificada sob argumento de se respeitar a liberdade religiosa evitando assim o que o governo denominou “proselitismo religioso”, na verdade impedia que os detentos obtivessem conhecimento a respeito do cristianismo e decidissem por acolhê--lo ou não. E essa é a proposta de qualquer trabalho evangelístico sério.
Uma comunidade cristã autêntica jamais coagirá alguém a crer no que ela crê. Ao contrário, ela sabe que seu trabalho é expor a Palavra de Deus. Ela sabe que não detêm poder para convencer ninguém, daí o fato de fazer apenas o que lhes compete: anunciar o evangelho, confiando inteiramente no poder do Espírito Santo para tornar compreensível o texto sagrado e operar no ouvinte o convencimento pelo amor e o reconhecimento de sua necessidade espiritual que somente Deus é capaz de suprir e corresponder à altura.
Em reunião, ocorrida na última terça (07), com o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, o senador Carlos Viana exerceu pressão em nome da bancada, solicitando que mudanças fossem feitas na resolução, sob argumento de que o trabalho realizado pelas igrejas cristãs, em especial as evangélicas, tem sido extremamente positivo, o que facilmente pode ser constatado observando-se que nos pavilhões destinados exclusivamente aos convertidos ao evangelho de Cristo não há ocorrências de quaisquer atividades violentas, ou relatos de rebeliões e indisciplina.
A pressão foi feita no sentido de que seja dada aos detentos a oportunidade de ouvir a respeito das boas-novas e obterem conhecimento para uma tomada de decisão. À bancada reserva-se, a partir de então, a responsabilidade de propor mudanças cabíveis na resolução, mantendo-se a liberdade para a pregação e de conversão voluntária nas penitenciárias.
Não me cansarei de afirmar que as decisões que impactam direta ou indiretamente os cristãos e sua liberdade de culto e crença tratam-se de uma verdadeira batalha espiritual que há tempos tenta desconstruir os valores cristãos e os princípios conservadores neles baseados.
Qualquer cristão minimamente atento já percebeu que a igreja é o freio, a barreira que impede o avanço da libertinagem e na implementação descarada de ideologias destrutivas tão comuns e fomentadas por governos de esquerda e em países comunistas.
Impedir o avanço da igreja, leia-se impedir conversões e intimidar os cristãos, desacreditando a igreja e a família diante da sociedade, manchando sua reputação e ofuscando sua relevância é condição essencial para liberar uma sociedade para viver de acordo com o que a Bíblia denomina “os desejos de seu próprio coração” enganoso e perverso, a exemplo do que disse o atual (des)governo há cerca de um ano: “Nosso corpo possui desejos que precisam ser liberados”.
É uma batalha espiritual. E essa batalha só será vencida com armas espirituais.
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