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Jovens participam de encontro mundial na Alemanha que discute maneiras de combater preconceitos

Nem mesmo os mais de nove mil quilômetros de distância entre Amsterdã e Cabreúva (SP) foram capazes de atrapalhar o desejo de um grupo de jovens: mudar o

Jovens participam de encontro mundial na Alemanha que discute maneiras de combater preconceitos
Jovens participam de encontro mundial na Alemanha que discute maneiras de combater preconceitos

Redação Publicado em 27/07/2018, às 00h00 - Atualizado às 10h29


Grupo de Cabreúva (SP) apresentará projetos em conjunto com participantes de vários países. É a primeira vez que o Brasil participa da conferência, promovida pela Anne Frank House.

Nem mesmo os mais de nove mil quilômetros de distância entre Amsterdã e Cabreúva (SP) foram capazes de atrapalhar o desejo de um grupo de jovens: mudar o mundo. O legado de Anne Frank ultrapassou os limites do tempo e reúne na Europa, a partir desta sexta-feira (27), voluntários do mundo inteiro que buscam combater preconceitos atuais.

Cinco jovens do interior de São Paulo foram selecionados pela Anne Frank House, museu cuja sede é em Amsterdã, na Holanda, para representarem o país em uma conferência na Europa que reunirá 80 jovens de 15 países, durante uma semana, em Berlim, na Alemanha.

Richard Michael Américo, de 21 anos; Giovana Vitoria dos Santos Vilela, 17 anos; Weslei Lopes Ribeiro, 17 anos; Maria Luiza Pavani Benedeti, 19 anos e Luana Salvador, 18 anos, são voluntários do Programa Educativo Anne Frank Cabreúva, projeto piloto da organização não-governamental (ONG) Instituto Plataforma Brasil (IPB).

G1 conversou com os integrantes do grupo antes da partida para a Europa. Weslei Lopes contou que a seleção dos participantes foi feita pela própria Casa Anne Frank, quando voluntários do mundo inteiro enviaram formulários que explicavam os projetos sociais desenvolvidos nas comunidades. É a primeira vez que o Brasil participa da conferência e todos estão animados.

“Estou muito orgulhoso do que fiz para chegar até aqui e das pessoas que vão comigo. A expectativa é que a gente consiga representar bem o nosso país, mostrar a voz jovem do brasileiro.”

Jovens são voluntários do Programa Educativo Anne Frank Cabreúva (Foto: Richard Michael Américo/Arquivo pessoal)

Jovens são voluntários do Programa Educativo Anne Frank Cabreúva (Foto: Richard Michael Américo/Arquivo pessoal)

Richard Michael explicou que a proposta do encontro é discutir o que os jovens fazem em suas comunidades para criar novas soluções em combate a preconceitos. Em Cabreúva, os voluntários utilizam o legado de Anne Frank para promover reflexões sobre os perigos da discriminação, como racismo, homofobia, antissemitismo, entre outros preconceitos.

O principal projeto dos brasileiros é o Toolkit, ou caixa de ferramentas, que trabalha desde fevereiro com aprendizado histórico em comparação com o que se vive atualmente. Desta forma, os jovens reforçam a importância da liberdade, igualdade de direitos, democracia e respeito às diferenças.

Para Giovana Vitoria, a expectativa de aprendizado com os jovens de outros países é imensa. “Meus amigos falam que esse projeto ajudou a ver novos horizontes, quero voltar com novas ideias para passar para a comunidade.”

Além disso, o projeto estimula a leitura e a escrita por meio de atividades criativas, tendo Anne como exemplo.

“É para que aquela semente que já foi plantada possa continuar germinando e dar novos frutos para quebrar esse preconceito que o mundo tem com as diferenças”, comenta Richard.

No encontro da Alemanha, os brasileiros não só se aprofundarão nos temas e trocarão experiências com jovens de outros países, como também desenharão um projeto em parceria para ser implantado em seus locais de atuação.

“Eu quero buscar conhecimento sobre a vida de Anne, sobre a Segunda Guerra Mundial, quero conhecer os projetos dos outros jovens para trazer para Cabreúva. Jovens também têm voz e podem ajudar a mudar o país com os nossos projetos”, explica Richard.

Projeto social dos voluntários de Cabreúva promove reflexões sobre os perigos da discriminação (Foto: Giovana Vitoria dos Santos/Arquivo pessoal)

Projeto social dos voluntários de Cabreúva promove reflexões sobre os perigos da discriminação (Foto: Giovana Vitoria dos Santos/Arquivo pessoal)

O grupo está animado com a oportunidade de representar o país em um evento internacional. Eles não negam que querem mostrar para o mundo quem são, de onde vieram e o que fazem para ajudar a comunidade em que vivem.

“Não é o que todo mundo fala, que o país não tem mudança. A mudança começa conosco, às vezes a gente fica pensando no que as grandes corporações podem fazer para melhorar o mundo, mas começa na nossa comunidade, cada um com a sua parte fazendo o mundo melhor”, explica Weslei.

‘Ainda creio na bondade humana’

A conferência tenta manter vivo o espírito da menina que, durante a Segunda Guerra Mundial, viveu escondida por mais de dois anos em um anexo secreto, em Amsterdã, junto com sua família, para tentar escapar da perseguição nazista aos judeus.

Anne Frank escreveu em um diário as experiências sobre o período histórico e social que viveu. Depois que foi morta, aos 15 anos, no Campo de Concentração Bergen Belsen, o diário foi encontrado e publicado como “O Diário de Anne Frank”.

O livro, que já vendeu mais de 30 milhões de exemplares em todo o mundo, mostra o olhar ingênuo de uma criança em um mundo extremamente preconceituoso.

Conferência é realizada pela Anne Frank House (Foto: Instituto Plataforma Brasil/Divulgação)

Conferência é realizada pela Anne Frank House (Foto: Instituto Plataforma Brasil/Divulgação)

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