Diário de São Paulo
Siga-nos

Fenômeno climático influencia fortes chuvas no Sudeste, mas falta planejamento urbano na gestão de áreas de risco, dizem especialistas

Nos últimos seis anos, 128 pessoas morreram por causa das chuvas na Grande São Paulo, segundo levantamento feito pela TV Globo. Esse número poderia ser menor,

Fenômeno climático influencia fortes chuvas no Sudeste, mas falta planejamento urbano na gestão de áreas de risco, dizem especialistas
Fenômeno climático influencia fortes chuvas no Sudeste, mas falta planejamento urbano na gestão de áreas de risco, dizem especialistas

Redação Publicado em 04/02/2022, às 00h00 - Atualizado às 07h19


Nos últimos seis anos, 128 pessoas morreram por causa das chuvas na Grande São Paulo, segundo levantamento feito pela TV Globo. Esse número poderia ser menor, de acordo com especialistas ouvidos pelo g1 e pela GloboNews, com a implementação de estudos e orçamento previstos para a prevenção de desastres naturais.

Os dados obtidos com Defesa Civil, Corpo de Bombeiros e Polícia Militar (PM) mostram que as mortes foram causadas por deslizamentos de terra, desabamentos de imóveis, afogamentos em transbordamentos de rios, córregos, alagamentos em vias públicas ou por quedas de árvores ou raios.

As fortes chuvas que atingiram São Paulo no último fim de semana – e provocaram, até a última atualização desta reportagem,30 mortes – foram causadas por um fenômeno climático chamado Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS).

Com ele, o volume de chuvas na capital paulista superou a média histórica de janeiro: dados do Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE) apontam 284 milímetros de chuva até 13h de domingo (30), total cerca de 10% acima do esperado para o mês, que são 255,7 milímetros. O recorde é de 2010, com 464 mm no mês.

Este fenômeno também foi o responsável pelas chuvas que, no início de janeiro, provocou a morte de ao menos 19 pessoas em Minas Gerais e, no final do ano passado, o óbito de 26 pessoas no sul da Bahia.

“A ZCAS é um fenômeno típico do verão na América do Sul. Todo o tempo podemos observá-las, em maior ou menor intensidade, a depender de como estão os padrões de temperatura oceânica no Atlântico Sul”, explica a meteorologista Josélia Pegorim, do Climatempo.

Segundo a especialista, no entanto, ações são necessárias para lidar com as consequências deste fenômeno. “Não é um problema só da chuva. Precisamos, mais do que nunca, ‘desnaturalizar’ o desastre natural, porque a culpa também é nossa”, diz a meteorologista.

E já na próxima semana há a expectativa da formação de uma nova ZCAS. De acordo com o metereologista Franco Nadal Villela, do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), essa nova ZCAS deve começar a se estabelecer na segunda-feira (7).

“Devemos persistir com ela até a quarta ou quinta-feira. Tecnicamente, às vezes é necessário mais alguns dias, mas os ingredientes estão todos ali”, explica Villela.

Segundo ele, o canal de umidade vai atuar principalmente na região ao norte do estado de São Paulo, Minas Gerais e sul de Goiás, mas vai afetar também a capital paulista. “Como ainda é uma previsão distante, falamos apenas em expectativa. Não podemos cravar volumes de chuva”, informa.

.
.
.
.
.
.
G1
Compartilhe  

últimas notícias