‘Vi ele enroscado e tentei puxá-lo’, diz colega que tentou salvar funcionário sugado por esteira de moagem

A voz embargada não nega o trauma que o operador de máquinas Jader Carlos Santos Silva sofreu ao tentar salvar o colega de trabalho que foi sugado por uma

‘Vi ele enroscado e tentei puxá-lo’, diz colega que tentou salvar funcionário sugado por esteira de moagem -

Redação Publicado em 13/12/2017, às 00h00 - Atualizado às 08h21

A voz embargada não nega o trauma que o operador de máquinas Jader Carlos Santos Silva sofreu ao tentar salvar o colega de trabalho que foi sugado por uma esteira de moagem de cana-de-açúcar de uma usina de Fernandópolis (SP), nesta segunda-feira (11).

Em entrevista ao G1, o rapaz, de 23 anos, diz que estava de costas e a aproximadamente dois metros do mecânico Renato Antônio da Silva, de 40 anos. Ele conta que ouviu gritos por socorro e não pensou duas vezes em ajudar o colega que estava sendo puxado pela máquina.

“Vi ele enroscado na esteira e tentei puxá-lo. Dei o braço, mas não tinha nenhum apoio. Então caímos e ele acabou ocupando o espaço da moagem. Senti o braço dele mole, quebrado, e eu senti minha barriga queimar. Foi quando um terceiro amigo conseguiu desligar a máquina.”

Na sequência, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado e eles foram resgatados conscientes e encaminhados à Santa Casa da cidade.

“Fiquei sabendo na própria Santa Casa de que ele não havia resistido. Eu tentei ajudar, mas não deu. Estou bem mal, não consegui dormir. Agora acredito que quando eu voltar a trabalhar vai ser um momento difícil”, lamenta.

“Eu achei que iria morrer também quando comecei a sentir meu corpo sendo queimado e cortado. Eu gritava de dor”, lembra Jader.

Homem morreu em usina de Fernandópolis (SP) (Foto: Reprodução/TV TEM)

Entenda o caso

Testemunhas do acidente relataram à polícia que a vítima pediu para que a esteira de moagem fosse desligada, pois o equipamento estaria travado. Depois de arrumada, a máquina foi religada e puxou o trabalhador.

O caso foi registrado no 1º Distrito Policial como morte suspeita e acidente de trabalho. A polícia e o Ministério do Trabalho vão investigar o caso. A usina não quis se pronunciar sobre a morte do funcionário.

O corpo de Renato Antônio da Silva foi levado para Pitangueiras (SP), na região de Ribeirão Preto, cidade onde a vítima morava. O sepultamento está marcado para esta terça-feira (12), no cemitério municipal.

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