PSDB nacional diz que expulsão de Goldman e Saulo de Castro por diretório municipal é ‘arbitrária e inócua’

A Executiva Nacional do PSDB considerou “arbitrária e inócua” a decisão do diretório municipal de São Paulo de expulsar o ex-governador Alberto Goldman, o

PSDB nacional diz que expulsão de Goldman e Saulo de Castro por diretório municipal é ‘arbitrária e inócua’ -

Redação Publicado em 09/10/2018, às 00h00 - Atualizado às 14h43

Executiva do partido diz que PSDB paulistano não tem ‘competência para expulsar membros do Diretório Nacional ou Estadual’.

A Executiva Nacional do PSDB considerou “arbitrária e inócua” a decisão do diretório municipal de São Paulo de expulsar o ex-governador Alberto Goldman, o secretário de Governo Saulo de Castro e mais 15 tucanos por infidelidade partidária.

A decisão pela expulsão foi aprovada na segunda-feira (8) e confirmada ao G1 pelo presidente municipal da legenda, o vereador João Jorge. Nesta terça, a Executiva nacional divulgou nota sobre o caso.

“Sobre a decisão do diretório municipal de São Paulo, a direção nacional informa que nenhuma instância partidária municipal tem competência para expulsar membros do diretório nacional ou estadual. Assim sendo, a decisão é arbitrária e inócua”, disse o partido.

Justificativa

O vereador João Jorge disse na segunda que a expulsão dos 17 filiados ocorreu porque eles não respeitaram os nomes indicados pelo partido na corrida eleitoral.

Ele afirmou que Goldman foi expulso por apoiar a candidatura do MDB ao governo de São Paulo. “Ele é um crítico contumaz do João Doria, ele nunca se conformou que o Doria ganhou as prévias internas e virou o candidato do PSDB. Não satisfeito, agora no primeiro turno ele declarou apoio ao Paulo Skaf.”

Nesta terça, Goldman divulgou um vídeo em que afirma que soube da decisão do diretório paulistano pela imprensa. O ex-governador acrescentou que a decisão é “inócua”, e que não obedeceu ao rito processual para expulsão de um filiado “Esse rito processual pressupõe uma representação, o direito à defesa, todo um processo. Se isso vier, eu farei minha defesa e discutirei essa questão.”

Ele reforçou críticas à candidatura de João Doria ao governo. “Acho que ela [candidatura] não é boa para o partido, acho que ela não é boa para a cidade de São Paulo, já não era, acho que não é boa para o estado, e acho que, se a gente puder evita-la, [devemos] evitar que ele seja governador do estado de São Paulo. É muito bom para o povo paulista”, acrescentou.

Sobre o diretório municipal, disse que ele é “constituído apenas por empregados do João Doria”. “Eles não são absolutamente independentes, eles são manipulados, funcionários, a maioria, do governo do João Doria, e evidentemente cumprem a pena de sua determinação.”

Saulo

Já a expulsão do secretário de Governo do estado de São Paulo, Saulo de Castro, o presidente do diretório municipal disse que foi motivada porque ele se posicionou a favor de Márcio França (PSB), atual governador e candidato à reeleição.

“Ele faz campanha para o Márcio França. Inclusive, ontem [domingo], houve uma reunião do PSDB após a eleição, e o Saulo apareceu com um botton pregado ‘Márcio França governador’. Isso é provocação, tem que ser expulso mesmo”, defendeu. Os demais foram expulsos por apoiarem Jair Bolsonaro, candidato do PSL à Presidência da República.

Saulo enviou nota nesta terça negando ser infiel. “Mario Covas nos ensinou que lealdade é traço de caráter. Fidelidade e gratidão também. Infiel não sou.”

“Sou fiel aos valores de fundação do PSDB. Meu PSDB é o do Mario Covas e Geraldo Alckmin, e não o dos oportunistas, dos mentirosos, dos que não têm palavra, dos que oscilam de acordo com interesses mesquinhos e se apequenam na adesão interesseira. Definitivamente esse não é o meu PSDB. Passei uma vida lutando pelos valores de Covas e Alckmin. Minha diferença com essa candidatura que aí está é no campo dos valores. Só isso”, disse no comunicado.

SP DIARIO Sao Paulo politica

Leia também