Interesses ‘envolvem agentes públicos, milícias e políticos’, afirmou Raul Jungmann. Crime está sem solução desde 14 de março.

O conselho de administração da Nissan decidiu retirar o brasileiro Carlos Ghosn da presidência do conselho da montadora nesta quinta-feira (22). Ele

Interesses ‘envolvem agentes públicos, milícias e políticos’, afirmou Raul Jungmann. Crime está sem solução desde 14 de março. -

Redação Publicado em 22/11/2018, às 00h00 - Atualizado às 13h41

Ele está preso no Japão por suspeita de sonegação e fraude fiscal. Montadora diz que aliança com Renault continua inalterada.

O conselho de administração da Nissan decidiu retirar o brasileiro Carlos Ghosn da presidência do conselho da montadora nesta quinta-feira (22). Ele está preso sob suspeita de sonegação e fraude fiscal.

Além do afastamento de Ghosn, também foi aprovada a remoção de Greg Kelly de sua posição como diretor-representativo. O norte-americano também foi preso no mesmo dia de Ghosn, na última segunda (19).

Nissan afasta brasileiro Carlos Ghosn do cargo de presidente do conselho da empresa

Ele e Ghosn também são acusados de reportar valores de compensação nos relatórios da Bolsa de Valores de Tóquio menores que os reais.

A decisão já era esperada porque a montadora indicou a intenção de cortar Ghosn logo que a notícia da prisão foi divulgada.

A Nissan também afirmou que criará um comitê especial para buscar um substituto para o brasileiro, além de viabilizar uma comissão especial de governança para os próximas presidências.

De acordo com a montadora, a aliança com a Renault continua inalterada e sua missão é “minimizar o potencial impacto” na cooperação das marcas.

Mantido na Renault

Na última terça-feira (20), a Renault decidiu manter Ghosn como presidente-executivo e presidente do conselho, criando um com,ando interino.

Ainda não há informações sobre como fica a posição de Ghosn no comando da Aliança Renault-Nissan-Mitsubishi, uma das maiores do mundo.

Mas o brasileiro permanece na presidência-executiva e na presidência do conselho da Renault, que apontouThierry Bolloré como “chefe” interino.

Um dos executivos mais poderosos da indústria automotiva, Ghosn é acusado de não declarar mais de 5 bilhões de ienes (o equivalente a R$ 167,4 milhões) de seu pagamento como presidente da montadora. As fraudes fiscais ocorreram entre 2010 e 2015, diz a promotoria japonesa.

Carlos Ghosn, CEO da Renault-Nissan durante coletiva de imprensa no Rio de Janeiro, em 2016 — Foto: Ricardo Moraes/Reuters

História do brasileiro

Brasileiro, natural de Porto Velho, Rondônia, Ghosn fez carreira na Renault e se tornou presidente-executivo (CEO) da montadora japonesa entre 2001 e 2017, depois de ser um dos arquitetos da aliança entre elas, iniciada em 1999.

O engenheiro ganhou fama mundial por ter tirado a Nissan da beira da falência.

Ghosn deixou o cargo de CEO no ano passado, para cuidar das parcerias com Renault e Mitsubishi, comprada em 2016 pela Nissan. Apesar disso, o executivo permaneceu como presidente do conselho.

A prisão na última segunda, anunciada por promotores japoneses e confirmada em seguida pela Nissan, causou surpresa. Há especulações de que a reviravolta ocorreu no momento em que Ghosn tentava negociar uma fusão definitiva da montadora com a Renault, o que contrariava o conselho da Nissan.

Saiba quem é e qual a trajetória de Carlos Ghosn — Foto: Fernanda Garrafiel/G1

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