Índios foram escravos porque ‘não gostam de trabalhar’, diz procurador

O procurador da República Ricardo Albuquerque, do Ministério Público Estadual do Pará, afirmou em palestra na sede da instituição que a escravidão de negros

Divulgação MPPA -

Redação Publicado em 09/12/2019, às 00h00 - Atualizado às 12h51

Durante palestra no Pará, Ricardo Albuquerque disse que os índios preferiam morrer e que não há dívida histórica com quilombolas

O procurador da República Ricardo Albuquerque, do Ministério Público Estadual do Pará, afirmou em palestra na sede da instituição que a escravidão de negros aconteceu no Brasil porque “índio não gosta de trabalhar”. A frase foi dita durante a visita de alunos de Direito à Procuradoria.

“Esse problema da escravidão aqui no Brasil foi porque o índio não gosta de trabalhar, até hoje. O índio preferia morrer do que cavar mina, do que plantar para os portugueses . O índio preferia morrer. Foi por causa disso que eles foram buscar pessoas nas tribos na África , para vir substituir a mão de obra do índio. Isso tem que ficar claro, ora!”, afirmou Albuquerque.

No encontro, o procurador também disse que não há “dívida nenhuma com quilombolas”. “Nenhum de nós aqui tem navio negreiro. Nenhum de nós aqui, se você for ver sua família há 200 anos atrás (sic), tenho certeza que nenhum de nós trouxe um navio cheio de pessoas da África para ser escravizadas aqui”, disse.

Ainda de acordo com o procurador, que ocupa o cargo de ouvidor-geral da instituição, políticas públicas não devem ter destinação por raça. “Não precisa ser gay, ser negro, ser índio, ser amarelo, ser azul para ser destinatário de alguma política pública. Isso tá errado. O que tem que haver, meus amores, é respeito mútuo. Eu lhe respeito, você me respeita, acabou a história. O resto é papo furado. Isso tudo só faz travar a sociedade e eu tô dizendo isso porque eu sei o que rola lá dentro”, completou.

iG

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