Dia da Vacina BCG: conheça o esquema vacinal da infância até a velhice

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Mateus Omena Publicado em 01/07/2022, às 00h00 - Atualizado às 12h26

Nesta sexta-feira (1), é comemorado o Dia da Vacina BCG, que simboliza a data de criação do imunizante disponível nas unidades de saúde do Brasil.

A vacina BCG (Bacilo Calmette-Guérin) é utilizada na prevenção da tuberculose, uma doença transmitida pela saliva e materiais contaminados e causada pelo Mycobacterium tuberculosis, também chamado de bacilo Koch.

O imunizante está no Programa Nacional de Imunizações (PNI) e é administrado em dose única logo após o nascimento, segundo as diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS).

De acordo com a Fiocruz, a vacina contra a tuberculose e outras complicações relacionadas tem eficácia de 86%, fator que colabora com altas taxas de cobertura vacinal. Apesar da vacina BCG ter sido criada com a finalidade de prevenir a tuberculose, estudos garantem que ela também é eficaz contra a hanseníase.

Levando em conta esses fatores, a BCG integra a lista de vacinas essenciais e obrigatórias para o combate de doenças que, em casos graves, provocam a morte de crianças. É recomendada a sua aplicação entre 0 e 4 anos de idade. Mas, existem certas contraindicações para crianças com peso inferior a 2kg, imunodeficientes, desnutridas, com erupções cutâneas generalizadas e que estão realizando tratamento com corticoides.

Por que se vacinar?

Um levantamento do PNI apontou que as vacinas são fundamentais para a proteção da saúde humana, tanto que, nas últimas décadas, elas contribuíram para o aumento de 30 anos na expectativa de vida.

No entanto, muitas doenças que estavam erradicadas em diversos países começaram a apresentar novos casos de infecção, em virtude da baixa cobertura vacinal nos últimos anos. Especialistas acreditam que esse problema pode ter se intensificado pela crise gerada pela pandemia de covid-19.

Em abril, a Unicef informou que, em apenas três anos, a cobertura de vacinação contra sarampo, caxumba e rubéola despencou no Brasil, de 93,1% em 2019, para 71,49% em 2021. Também houve baixa adesão na vacinação contra poliomielite, que registrou uma expressiva queda de 84,2% para 67,2% nesse período.

A mesma situação também recai sobre outras vacinas, segundo o Ministério da Saúde. Em 2021, 60% das crianças foram vacinadas apenas contra a hepatite B, o tétano, a difteria e a coqueluche.

O cenário indica o aumento da fragilidade de muitas crianças. A Unicef aponta que 3 em cada dez pequenos não foram imunizados com as vacinas necessárias para protegê-los de doenças que, em alguns casos, podem levá-los à morte.

Por isso, a situação traz a necessidade de atenção por parte das famílias ao esquema vacinal e aos recursos fundamentais para a imunização infantil. Por comprovação científica, as vacinas são ferramentas seguras e eficazes para a prevenção de doenças e para proteção do organismo ao longo da vida.

Os imunizantes mais importantes para a fase da infância são disponibilizados gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). E muitos outros também são necessários para a adolescência até a velhice.

Confira os imunizantes que todos devem tomar ao longo da vida de acordo com o calendário nacional de vacinação do Ministério da Saúde:

1. Hepatite B – previne a infecção do fígado (hepatite). A dose é aplicada logo após o nascimento. Na adolescência (entre os 10 e 19 anos), na vida adulta (20 a 59 anos) e na terceira idade (60 anos ou mais) são aplicadas três doses, dependendo da situação vacinal. Essa quantidade de doses também são necessárias para gestantes.

2. Penta/DTP – Uma vacina pentavalente, também conhecida como vacina 5 em 1, é uma vacina combinada com cinco vacinas individuais conjugadas em uma. A Penta é indicada para prevenir a difteria, o tétano e a coqueluche (ou pertussis), como doenças invasivas pela bactéria Haemophilus influenzae tipo b e a Hepatite B, sendo recomendada a partir dos 2 meses de idade até 4 anos, 11 meses e 29 dias.

3. VIP/VOP – É uma vacina que protege as crianças contra a Poliomielite (paralisia infantil). É recomendável a aplicação da 3 doses da VIP (vacina injetável) nos 2º, 4º e 6º mês após o nascimento, respectivamente. Depois, duas doses de reforço com a VOP (vacina oral), a primeira no 15º mês e a última aos 4 anos de idade.

4. Pneumocócica – Previne doenças como meningite, pneumonia e otite em crianças. Para garantir a eficiência da imunização, existem as vacinas pneumocócica conjugada 10-valente (VCP10) e a pneumocócica conjugada 13-valente (VPC13).

A aplicação consiste em uma série primária de três doses: a primeira no 2º mês após o nascimento, a segunda no 4º mês e a última, que serve como reforço, no 12º mês.

5. Rotavírus – Previne doença diarreica causada pelo Rotavírus humano. A imunização envolve Vacina oral monovalente (VRH1) e a Vacina oral atenuada pentavalente (VRH5). A primeira dose deve ser obrigatoriamente aplicada até a idade de 3 meses e 15 dias, e a última dose até os 7 meses e 29 dias.

6. Meningocócica C (conjugada) – É usada para prevenir a doença causada por uma bactéria chamada Neisseria meningitidis do grupo C, ou seja, meningite. A vacina é recomendada para crianças menores de cinco anos, sendo administrada em esquema de duas doses, aos 3 e 5 meses de vida, e uma dose de reforço aos 12 meses de idade.

7. Febre Amarela – A primeira dose da vacina é aplicada aos 9 meses de idade e aos 4 anos, é recomendada uma dose de reforço. Para os adolescentes (10 a 19 anos), adultos (20 a 59 anos) e idosos (60 anos ou mais), é administrada uma dose e um reforço, dependendo da situação vacinal.

8. Hepatite A – Uma dose aos 15 meses de idade.

9.Tríplice Viral (sarampo, caxumba e rubéola) – É aplicada a 1º dose aos 12 meses de idade. Em seguida, duas doses na adolescência (dos 10 aos 19 anos) e 1 dose para os adultos (até 49 anos).

10. Tetra Viral (sarampo, caxumba, rubéola e varicela) – Uma dose aos 15 meses de idade.

11. HPV – A vacina quadrivalente é recomendada para mulheres entre 9 a 45 anos e homens entre 9 e 26 anos, e a vacina bivalente para mulheres entre 10 e 25 anos.

12. Dupla Adulto – O imunizante é utilizado na rede pública para a proteção das pessoas que não iniciaram ou não completaram o esquema contra difteria e tétano até os 7 anos de idade e para as doses de reforço a cada dez anos.

Por isso, as doses de reforço são aplicadas para adolescentes, adultos e idosos a cada 10 anos. Para gestantes, são recomendadas três doses, dependendo da situação vacinal.

13. dTpa – A Tríplice Bacteriana Adulto deve ser administrada como reforço da forma infantil desse imunizante em dose única, a cada 10 anos.

Por isso, é recomendada a aplicação de uma dose aos 15 anos de idade e a partir disso a cada 10 anos, pelo resto da vida. A vacina também é indicada para gestantes a partir da 20ª semana de gestação.

Em caso de dúvidas e contra indicações sobre os imunizantes apresentados, procure ajuda de um especialista da unidade de saúde mais próxima de sua casa.

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