Riscos da Obesidade

Quase 60% dos brasileiros têm sobrepeso, mas poucos reconhecem os riscos

Pesquisa revela que 59% da população convive com obesidade ou sobrepeso

Imagem ilustrativa - Imagem: Reprodução / Freepik

Sabrina Oliveira Publicado em 20/08/2024, às 10h10

A nova pesquisa realizada pelo Instituto Datafolha, em parceria com a farmacêutica dinamarquesa Novo Nordisk, revela um cenário preocupante: 59% dos brasileiros estão acima do peso ideal, mas muitos ainda não reconhecem os riscos associados. O levantamento, que ouviu 2.012 pessoas com uma média de idade de 43 anos, buscou entender como os brasileiros enxergam sua própria saúde em relação ao sobrepeso e à obesidade.

Embora a maioria dos entrevistados tenha relatado uma percepção positiva sobre sua saúde, com 64% afirmando que estão em boa ou muito boa condição física, a realidade é bem diferente. Apenas 51% dessas pessoas declararam estar livres de problemas de saúde, como pressão alta, colesterol elevado, problemas ósseos e articulares, além do próprio sobrepeso. Esse contraste revela uma desconexão significativa entre a autopercepção e o estado real de saúde dos brasileiros.

Entre aqueles que têm sobrepeso ou obesidade, a diferença é ainda mais marcante. Enquanto 61% desses indivíduos consideram sua saúde boa, apenas 42% relataram estar livres de condições crônicas, uma diferença de 19 pontos percentuais. Essa discrepância preocupa especialistas, especialmente diante do fato de que cerca de 74% das mortes no Brasil estão relacionadas a doenças associadas à obesidade, como diabetes tipo 2, hipertensão e doenças cardiovasculares.

O estudo também evidenciou que, apesar de muitos brasileiros expressarem o desejo de perder peso, a falta de diagnóstico formal e a estigmatização da obesidade continuam sendo barreiras significativas para o tratamento adequado. Apenas 11% dos entrevistados relataram ter recebido um diagnóstico formal para suas condições de sobrepeso ou obesidade, o que sugere que muitos médicos ainda não estão preparados para lidar com essa questão de forma abrangente.

O pesquisador Bruno Geloneze, da Universidade de Campinas (UNICAMP), destaca a importância de consultas regulares e avaliações mais detalhadas para preencher essa lacuna entre a percepção e a realidade:

Imaginemos que uma pessoa com excesso de peso chegue no consultório de um cardiologista ou de um ortopedista com um problema específico de saúde. Nem sempre o médico está aberto ou preparado para ter uma discussão sobre o peso. Para fazer o diagnóstico, é preciso pesar e medir. No mundo ideal, seria necessária uma avaliação mais detalhada, mas ainda falta incluir altura e peso como dados vitais em uma consulta médica”, afirmou. “O IMC tem suas falhas, mas ele é o primeiro passo na avaliação”, acrescenta Bruno.
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