Um dia após um treino de pernas na academia ou após uma corrida, você acorda sentindo uma dor na lateral do quadril irradiando para a região posterior. A dor
Redação Publicado em 11/07/2021, às 00h00 - Atualizado às 13h20
Um dia após um treino de pernas na academia ou após uma corrida, você acorda sentindo uma dor na lateral do quadril irradiando para a região posterior. A dor vai se agravando durante o dia e se torna insuportável a noite, principalmente ao dormir sobre o lado afetado. Você pode ter desenvolvido uma bursite trocantérica, ou bursite no quadril, muito comum em atletas, especialmente mulheres a partir dos 35 anos.
A bolsa trocantérica encontra-se lateralmente (fora) da articulação do quadril, abaixo da pele, da gordura e da fáscia lata, apenas superficial às camadas musculares do glúteo médio e do vasto lateral, onde se ligam ao osso.
Quando uma bursa fica inflamada, a área fica sensível e dolorosa. Essa condição é chamada de ‘bursite’.A região pode ficar quente, vermelha e inchada. No entanto, com certas bursas profundas, como a bursa trocantérica, esses sinais podem não ser aparentes. Apesar de a lesão ser tradicionalmente chamada de bursite trocantérica, recentemente descobriu-se que se trata da inflamação dos tendões que se inserem no grande trocanter. A inflamação da bursa subjacente faria parte do quadro.
A principal teoria é que a bursite trocantérica apareça após:
Outras causas:
Acredita-se que a bursite trocantérica afete aproximadamente 15% das mulheres e 8% dos homens, sendo as de meia idade mais comumente atingidas. O formato ginecoide mais aberto da bacia das mulheres levaria a uma inserção muscular mais “apertada” dos músculos no grande trocânter, com maior tensão sobre a bursa quando exposta a movimentos repetitivos, incluindo corrida e salto.
A bursite trocantérica normalmente causa uma dor aguda ou ardente no lado lateral (externo) do quadril. A dor pode irradiar na lateral da coxa em direção ao joelho, e é agravada ao caminhar ou tentar correr. Essa dor frequentemente interfere no sono dos pacientes.
O diagnóstico é geralmente claro a partir de uma simples história, além de um exame clínico. Em geral, quem sofre com bursite trocantérica são pessoas que ingressaram no esporte sem uma preparação prévia, sem treinador; ou atletas que fizeram aumento súbito de volume de treino.
No entanto, nos casos em que o diagnóstico pode não ser totalmente claro ou nos quais se deseja uma confirmação mais definida, os exames de investigação de escolha são a ultrassonografia ou a ressonância magnética de alta resolução do quadril. Uma ressonância magnética também será capaz de verificar outras patologias do quadril, como uma ruptura labral ou artrite precoce do quadril. Radiografias também devem ser realizadas para excluir a presença potencial de osteoartrite do quadril.
O primeiro passo no tratamento da bursite trocantérica é o encaminhamento para a fisioterapia. Uma boa reabilitação é sempre focada no fortalecimento e melhoria de função do músculo glúteo médio do quadril e na correção de eventuais distúrbios biomecânicos.
Nos casos em que os sintomas são graves o suficiente para justificar uma intervenção, a primeira linha de tratamento atual é uma infiltração guiada por ultrassom denominada “drilling”, na qual o tendão e a bursa degenerados são perfurados. Isso gera um processo inflamatório que auxilia na cicatrização da lesão.
O uso do ultrassom no consultório auxilia de maneira assertiva o acesso à lesão.
Para uma proporção muito pequena de pacientes, em que todas as outras opções de tratamento falham e onde os sintomas permanecem graves, a excisão cirúrgica da bolsa é muito ocasionalmente necessária. Esta é uma operação aberta, realizada normalmente sob anestesia geral. A operação dura apenas 20 ou 30 minutos. O retorno ao esporte é esperado de seis a oito semanas pós-operatórias.
Referências:
* As informações e opiniões emitidas neste texto são de inteira responsabilidade do autor, não correspondendo, necessariamente, ao ponto de vista do GE / Eu Atleta.
.
.
.
Fontes: Ge – Globo Esporte.