A operação foi realizada simultaneamente em seis cidades do Paraná, em São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais
Milleny Ferreira Publicado em 19/06/2024, às 16h34
Durante a manhã desta quarta-feira (19) a equipe policial do Paraná em parceria com as forças das autoridades de mais quatro estados cumpriram 11 mandados de prisão preventiva e 29 mandados de buscas e apreensões em endereços ligados a grupo suspeito de transportar drogas em caminhões frigoríficos.
Um dos nomes mais conhecidos envolvidos neste crime é o jornalista carioca Ricardo Lyra Ribeiro, CEO do “Jornal Corporativo”, que segundo a polícia, era o responsável pela contabilidade e gerência das contas bancárias da quadrilha.
A Divisão Estadual de Narcóticos (Denarc), que exerce função como o núcleo da organização estabelecido no oeste do Paraná, relata que pode ter movimentado mais de R$100 milhões em cerca de quatro anos.
Também vale ressaltar que o transporte das drogas no caminhão frigorífico era para para burlar a fiscalização, já que o rompimento do lacre pode comprometer o produto.
A ação contou com cerca de 180 agentes nas ruas e aconteceu simultaneamente nas cidades de Toledo, Cascavel, Pato Bragado, Marechal Cândido Rondon, Capitão Leônidas Marques e Capanema, no Paraná, e também nas capitais Rio de Janeiro e São Paulo, em Minas Gerais na cidade de Ribeirão das Neves e em Santa Catarina, na cidade de Balneário Camboriú, segundo informações do portal G1.
De acordo com a equipe policial, os envolvidos no crime usaram o dinheiro ganho para adquirirem bens móveis, imóveis e ouro.
"Os chefes da organização ostentavam padrão de vida elevado, com apartamentos e casas milionárias, viagens, carros luxuosos e veículos aquáticos", informou a polícia.
A Operação "Carga Fria" teve início em março de 2023, após a apreensão de cerca de duas toneladas de maconha em um fundo falso de um caminhão frigorífico. A investigação identificou um bunker subterrâneo em uma propriedade rural em Palotina, Paraná, onde foram encontradas sete toneladas de drogas, três fuzis e 700 munições. O grupo criminoso armazenava as drogas na região de Toledo e as distribuía em fundos falsos de caminhões frigoríficos para outros estados.
Na primeira fase da operação, deflagrada em agosto de 2023, 15 pessoas foram presas, 11 armas foram apreendidas e aproximadamente R$25 milhões em bens foram sequestrados. A segunda fase, realizada em 19 de junho, teve como alvos membros da organização criminosa, incluindo um policial civil de São Paulo que auxiliava na logística da distribuição de drogas e foi afastado e preso na primeira fase.
Recentemente, dois investigados foram atacados a tiros em Marechal Cândido Rondon, resultando na morte de um deles e ferimentos graves no outro, um policial civil de São Paulo. A polícia acredita que a confusão entre os membros da organização foi causada pela prisão de um líder na primeira fase da operação.