Acidente aéreo em Vinhedo que matou 62 pessoas está sendo investigado pela Polícia Civil e pelo Cenipa
Sabrina Oliveira Publicado em 12/08/2024, às 07h42
A Polícia Civil de São Paulo iniciou uma investigação detalhada em Vinhedo, no interior paulista, para esclarecer as causas do acidente aéreo que tirou a vida de 62 pessoas na última sexta-feira (9). A tragédia abalou a pequena cidade e mobilizou forças policiais e equipes especializadas, que agora buscam respostas para o que provocou a queda do avião.
Desde o sábado, agentes da polícia têm se concentrado na área do acidente, utilizando tecnologias de ponta, como dispositivos antidrone, para garantir a segurança e a privacidade da investigação. O foco é analisar todos os detalhes que possam revelar as circunstâncias exatas do desastre.
Paralelamente, no Instituto Médico Legal (IML) Central, em São Paulo, uma equipe composta por 40 profissionais, incluindo médicos, odontologistas, antropólogos e radiólogos, trabalha incansavelmente na identificação dos corpos. Até o momento, 12 das vítimas já foram identificadas, e os familiares de uma delas já puderam realizar o sepultamento. A expectativa é que outras sete vítimas sejam liberadas para seus parentes ao longo deste domingo.
A Polícia Federal também abriu um inquérito, e o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) já retirou as caixas pretas da aeronave. Elas serão enviadas para Brasília, onde especialistas farão uma análise minuciosa. Essas gravações serão cruciais para determinar os últimos momentos do voo e identificar possíveis falhas técnicas ou humanas que possam ter contribuído para o acidente.
Enquanto isso, o governo de São Paulo tem prestado suporte às famílias das vítimas, oferecendo acomodações e acompanhamento psicológico. Mais de 40 famílias foram acolhidas em São Paulo, recebendo todo o suporte necessário durante este momento de luto. Para os parentes que residem em cidades como Cascavel, no Paraná, e Ribeirão Preto, em São Paulo, foram criadas alternativas para facilitar o processo de identificação, evitando o deslocamento até a capital paulista.
O acidente envolveu uma aeronave modelo ATR-72, da companhia aérea Voespass Linhas Aéreas, que havia decolado de Cascavel com destino a Guarulhos. Pouco antes de chegar ao destino, a aeronave caiu em um condomínio na região de Vinhedo, causando uma das maiores tragédias aéreas no Brasil desde o acidente da TAM em 2007.
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) expressou pesar pelo ocorrido e informou que acompanhará de perto as investigações, bem como as medidas tomadas pela companhia aérea para garantir o suporte necessário às vítimas e seus familiares. Em sinal de respeito às vidas perdidas, o estado de São Paulo decretou luto oficial de três dias.