Gestão de Bukele enfrenta críticas internacionais por violação de direitos humanos
Marina Roveda Publicado em 29/07/2023, às 18h22
Nayib Bukele, presidente de El Salvador, tem se destacado como um líder popular na América Latina, conquistando a admiração tanto da direita como da esquerda. De acordo com uma pesquisa realizada pela ONG Directorio Legislativo, Bukele ocupa o topo do ranking de presidentes latino-americanos mais bem avaliados, com 90% de aprovação. Essa pesquisa considera dados de imagem e índices de aprovação presidencial e governamental em 18 países da região, conduzidos por cerca de 100 empresas de consultoria e centros de pesquisa.
No começo do mês, o partido governista aprovou a candidatura de Bukele para as eleições presidenciais marcadas para 4 de fevereiro de 2024. A vitória de Bukele é quase certa, e ele busca o segundo mandato, para o qual precisará mudar a Constituição, mas já conta com o apoio da maioria absoluta no Congresso e no Judiciário.
Bukele se tornou popular devido à sua cruzada contra as gangues criminosas em El Salvador, alcançando 90% de aprovação da população. No entanto, suas medidas, consideradas polêmicas, são defendidas por uma parte expressiva da sociedade e criticadas por organizações e líderes internacionais, que o acusam de violar os direitos humanos e caminhar para um governo autoritário.
Ele é conhecido por ser um líder maleável, que flerta tanto com a esquerda quanto com a direita, e utiliza sua presença midiática para se comunicar diretamente com a população, conquistando adeptos em ambos os polos políticos. No entanto, sua política de combate à criminalidade, embora tenha reduzido os índices de homicídios em El Salvador, é vista como paliativa a longo prazo, e sua gestão terá que enfrentar desafios para garantir a efetividade e a popularidade do governo no futuro.
O regime de exceção adotado por Bukele, que permite detenções sem ordem judicial, também é alvo de críticas e tem sido prorrogado mensalmente para enfrentar a escalada de homicídios cometidos por gangues. Ainda que sua popularidade esteja em alta no momento, Bukele precisará planejar novas políticas públicas para enfrentar desafios futuros e manter a aprovação do povo salvadorenho.