China promete novos estímulos fiscais, mas mantém mistério sobre medidas

A China anunciou no último sábado (12) uma intenção de ampliar consideravelmente seu nível de endividamento com o objetivo de revitalizar sua economia. No entanto, a falta de detalhes sobre o montante total desse estímulo gerou incerteza entre investidores, que buscam entender o impacto potencial dessa medida na recente recuperação observada no mercado acionário.

Durante uma coletiva de imprensa, o ministro das Finanças, Lan Foan, destacou que Pequim está comprometida em auxiliar governos locais na gestão de suas dívidas. Além disso, serão oferecidos subsídios a indivíduos de baixa renda, apoio ao setor imobiliário e reforço do capital dos bancos estatais, entre outras ações.

Essas iniciativas estão alinhadas com as expectativas dos investidores que vêm solicitando medidas para reanimar a economia chinesa, que enfrenta desafios como pressões deflacionárias e um declínio significativo no setor imobiliário. Contudo, a ausência de informações específicas sobre o valor do pacote pode prolongar a ansiedade dos investidores até a próxima reunião do Legislativo chinês, responsável por aprovar as emissões de dívida. A data dessa reunião ainda não foi divulgada, mas é aguardada nas próximas semanas.

Vasu Menon, diretor administrativo de estratégia de investimentos do OCBC em Cingapura, comentou que a declaração foi "forte em termos de determinação, mas carente de detalhes numéricos". Ele acrescentou que a expectativa por um grande estímulo fiscal capaz de sustentar a recuperação do mercado acionário não se materializou, o que pode gerar desapontamento entre alguns participantes do mercado.

Nos últimos meses, uma série de indicadores econômicos não atingiu as expectativas, alimentando preocupações sobre a capacidade do governo chinês de alcançar sua meta de crescimento em torno de 5% para este ano. Analistas temem que uma desaceleração estrutural prolongada possa estar se desenrolando. Apesar disso, autoridades chinesas mantêm-se otimistas quanto à possibilidade de atingir as metas estabelecidas para 2024. Os dados econômicos referentes a setembro, aguardados para divulgação na próxima semana, são esperados para fornecer mais clareza sobre a situação atual da economia.