Olheiro de Luiz Francisco já prepara próxima geração olímpica do skate

O primeiro brasileiro da história a se classificar para o skate park nas Olimpíadas de Tóquio vem de Lorena, no interior de São Paulo. O nem todo mundo sabe é

OLIMPICA -

Redação Publicado em 12/07/2021, às 00h00 - Atualizado às 10h36

Leandro Miranda, manager do representante do Brasil nas Olimpíadas de Tóquio, repete receita com Luizinho e já cuida de sete jovens talentos da modalidade

O primeiro brasileiro da história a se classificar para o skate park nas Olimpíadas de Tóquio vem de Lorena, no interior de São Paulo. O nem todo mundo sabe é que apesar de ter apenas 20 anos, Luiz Francisco fez uma caminhada longa para chegar até Tóquio.

De origem humilde, Luizinho e o irmão mais novo, André, vinham esporadicamente a São Paulo para andar em uma pista no Butantã. E foi ali que sorte mudou para os dois: Leandro Miranda, dono da Cave Pool, pediu à mãe deles que viessem passar as férias em sua casa. Deu tão certo, que com 16 anos Luizinho se mudou para a casa de Leandro – um ano depois, foi a vez de André se juntar ao irmão na capital.

– Minha mãe foi sempre uma doida de aproveitar qualquer oportunidade que tinha. Tá te chamando? Vai! Botou a gente num ônibus e a gente veio na doideira, cara. Passou um mês aí, quase, uma semana, com esse louco aí – lembra o skatista.

Luizinho, André e Leandro quando os meninos vieram para São Paulo — Foto: Arquivo pessoal

E foi assim que a carreira profissional de Luizinho começou.

O projeto de Leandro nasceu depois de sentir falta de um lugar pra praticar as manobras no Butantã, zona oeste da capital. E junto com uns amigos projetou uma pista no bairro.

– Em determinado momento vagou o terreno, não tinha nem o dinheiro do aluguel. Peguei o terreno e a gente começou a construir lá, limpava todo dia e fazia festas aqui pra conseguir continuar a obra. Então, o dinheiro que entrava na semana era pra bancar obra da próxima semana – lembra Leandro.

A comunidade cresceu e desde que Luizinho passou a morar em São Paulo, cinco anos se passaram. Hoje já são quase dez meninos “embaixo das asas” de Leandro.

– Chegou um momento em que moramos em sete no meu apartamento! Hoje moramos Luizinho, André e eu em um, e os outros meninos em outro – conta.

Luizinho, Leandro e André na Cave Pool — Foto: Arquivo pessoal

O skate é uma modalidade individual, mas ainda assim coletiva. Por mais que os atletas sejam avaliados um por um nas competições, esse contato humano faz parte da essência do esporte. E o objetivo daquele lugar aqui é justamente colocar todo mundo pra andar. Porque andando juntos, eles conseguem se desenvolver juntos também. E com Luizinho como exemplo a pista do Leandro entrou no mapa do skate nacional.

Ele não para. Quer desenvolver não só o lado esportivo desses garotos.

– Eu estou tentando plantar a semente em todos, e aí cada um vai despertar seu interesse. Isso aqui vai longe. Eu sou um cara que não penso em ter outras cave em outros lugares. Meu negócio é local, sabe? Crescer a cave dentro do bairro. Tanto que eu estou trabalhando agora junto com uma associação, já pensando em tornar esse bairro mais cultural, sabe? Trazer a arte, aumentar, ter espaços profissionalizantes melhores, com mais equipamentos, com profissionais ajudando a gente do áudio, vídeo, estúdio de música. Quero profissionalizar esses meninos, conseguir trazer mais pessoas para esse projeto. E tornar o bairro cultural – enumera.

Sobre a próxima geração do skate, Leandro garante que o Brasil vai continuar tendo destaques no cenário mundial.

– Vou te falar que tem muitos meninos bons vindo aí. Meninos do mesmo nível do Luiz. O irmão dele, o André, já deve estar nessa próxima leva do skate mundial – encerra.

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Fontes: Ge – Globo Esporte.

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