Brasil reforça time médico para a disputa das Olimpíadas na pandemia

Pelo menos 71 casos positivos de Covid-19 já foram detectados em pessoas ligadas às Olimpíadas. São cinco atletas, três deles na Vila Olímpica - dois

OLIMPIADAS -

Redação Publicado em 20/07/2021, às 00h00 - Atualizado às 14h20

Pelo menos 71 casos positivos de Covid-19 já foram detectados em pessoas ligadas às Olimpíadas. São cinco atletas, três deles na Vila Olímpica – dois sul-africanos do futebol e um tcheco do vôlei de praia. Diante de uma edição olímpica em meio à pandemia do coronavírus, o Brasil chegou a Tóquio com um reforço médico. São 16 profissionais com a missão de manter os 302 atletas brasileiros sãos – e negativos nos testes – para competir.

A delegação nacional tem 90% do contingente vacinado com a primeira dose enquanto 75% foram imunizados também com a segunda dose, segundo informou o Comitê Olímpico do Brasil. No total, somando todos que passarão pela Vila Olímpica, entre brasileiros e todas as outras nacionalidades, 85% estão vacinados ou imunizados, conforme revelou o Comitê Olímpico Internacional (COI).

Álcool gel disposto no centro de imprensa de Tóquio — Foto: Valery Sharifulin\TASS via Getty Images

Para manter a segurança dos atletas brasileiros, o Time Brasil analisou detalhes como a divisão dos quartos dos atletas. Foram incluídos no material enviado ao Japão, por exemplo, 85 mil máscaras descartáveis. Atletas foram testados com antecedência de 11 dias, sete dias, 90 horas e 48 horas antes do embarque para Tóquio. No aeroporto, todos tiveram de passar por nova checagem. O mesmo se repete 72 horas antes da entrada na Vila Olímpica.

– Eu não posso deixar, por exemplo, dois levantadores de vôlei dormirem no mesmo quarto de jeito nenhum. Se um fica doente, o outro fica também – explica a médica Beatriz Perondi, coordenadora do comitê de crise do enfrentamento de Covid do Hospital das Clínicas, em São Paulo, que acompanha a delegação brasileira em Tóquio. – A primeira coisa que significa é que o COB está muito preocupado com a pandemia, que é uma coisa global, mundial, e a preocupação é imensa. Não é porque a gente está participando dos Jogos, de um competição esportiva, que a gente não está preocupado com essa parte, a pandemia. Acho que a principal mensagem que o COB passa, quando traz profissionais que são especializados no enfrentamento da crise de covid, é falando isso.

Todo detalhe foi pensado para manter a segurança da delegação.

Médica Beatriz Perondi, que integra a delegação brasileira em Tóquio — Foto: Reprodução/TV Globo

– Nosso trabalho começou lá no ano passado ainda, com a gente fazendo todo o planejamento de como seria todo o grupo do COB, dos atletas, dos oficiais, das delegações todas, dentro de um espaço que é a Vila Olímpica. A primeira preocupação foi como é que são esses quartos para os atletas dormirem. Nós temos janelas nesses quartos, temos ar-condicionado, vamos ter uma ventilação adequada – exemplifica a médica.

Também integrante da delegação brasileira, a médica Ho Ye Lin coordena a UTI de moléstias infecciosas do Hospital das Clínicas. Em fevereiro de 2020, Ho foi uma das profissionais responsáveis pelo resgate dos brasileiros em Wuhan, na China, epicentro da pandemia.

Performance e saúde

Chefe de missão do Time Brasil, Marco Antônio La Porta afirmou que o desafio em Tóquio supera tudo o que a delegação já viveu na história olímpica.

– Veio a pandemia e nos trouxe uma mudança de postura. Quando veio a pandemia, começamos a tomar muitos cuidados para os atletas terem a melhor performance mas também saúde.

Para os atletas, os protocolos contra Covid-19 são tão importantes quanto o treinamento. Afinal, um descuido pode resultar num teste positivo e o adeus às Olimpíadas.

– Estamos vivendo numa bolha, mas é bom ter essa consciência, os cuidados necessários – afirmou a campeã olímpica Kahena Kunze, da vela.

Bia Ferreira, do boxe, nos Jogos Mundiais Militares — Foto: Rodolfo Vilela / Ministério da Cidadania

– Um ano de pandemia, a gente aprendeu. Tem que cuidar. Teve um período complicado, ninguém quer perder a competição agora – disse a boxeadora Bia Ferreira, campeã mundial e favorita em Tóquio.

A tática para alguns atletas é encarar os protocolos como algo que faz parte da rotina.

– A gente sabia, desde antes de vir para cá, que ia ser um caminho bem desafiador. Vai ter que ter um pouco mais de tranquilidade, de paciência, mas eu acho que quem tem, como eu, o objetivo das Olimpíadas, vai levar do melhor jeito possível, tentar não se estressar – contou o judoca Daniel Cargnin.

– Acho que vão ser Jogos Olímpicos totalmente diferentes, a gente vai ter que dar um pouco mais de atenção a esses protocolos, aos cuidados. Então, a gente vai ter que dividir nossa atenção não somente nos Jogos mas, sim, também para cuidar bastante da gente – resumiu Bruna Takahashi, do tênis de mesa.

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Fontes: Ge – Globo Esporte.

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