Atletas e técnicos apontam favoritismo de Ana Marcela na maratona aquática em Tóquio

Depois da medalha de bronze da Poliana Okimoto na Olimpíada do Rio 2016, Ana Marcela Cunha é apontada como a favorita para figurar entre as três primeiras no

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Redação Publicado em 18/07/2021, às 00h00 - Atualizado às 14h09

Maior medalhista de campeonatos mundiais, ouro no Pan e ciclo olímpico quase perfeito, brasileira busca única medalha que falta na sua carreira

O país do futebol costuma dizer que o esporte é uma “caixinha de surpresas”, mas a pátria de chuteiras também está se destacando em um esporte onde há abundância de faixa litorânea para a prática: a maratona aquática.

Depois da medalha de bronze da Poliana Okimoto na Olimpíada do Rio 2016, Ana Marcela Cunha é apontada como a favorita para figurar entre as três primeiras no Japão, entre os dias 4 e 5 de agosto, quando a prova será disputada em Tóquio. Atletas, ex-atletas, técnicos e especialistas apontam o ciclo olímpico perfeito da nadadora como credencial para ela ser vista como ser favorita a medalha.

A brasileira vem de uma sequência impressionante, com ouro no mundial 10km (distância olímpica na etapa do Catar, no início do ano, venceu eventos na Itália e Espanha, ouro nos Jogos Pan-Americanos, prata na travessia Capri-Napoli (chegando na frente dos atletas do masculino) já venceu quatro vezes o campeonato mundial de 25km e cinco vezes o de 10km. São 33 medalhas de ouro, 16 de prata e 17 de bronze nas etapas dos mundiais da Fina (Federação Internacional de Natação), um recorde. Em 2020, foi eleita a melhor atleta de maratona aquática do mundo pela sexta vez.

Para o técnico e comentarista de arbitragem Alex Pussieldi, uma medalha olímpica é a única conquista que falta na carreira da atleta e, desta vez, ele acredita que vá conseguir estar entre as três primeiras.

– Ela tem tudo para se tornar a maior nadadora olímpica da historia. Ela precisa de uma medalha olímpica é a única coisa que ela não tem. Pode ser a de ouro ou até mesmo a de bronze, será a consagração de ser a melhor de todos os tempos – disse Pussieldi.

Ana Marcela Cunha em ação pelo mundial — Foto: Satiro Sodré/Rededoesporte.gov.br

Em 2008, em Pequim, Ana, então com 16 anos, ficou na quarta colocação. Em 2012, na Olimpíada de Londres, acabou ficando de fora e, no Rio, um problema de saúde atrapalhou sua preparação, além de um acidente com sua garrafa de hidratação na última parte da prova. Um atleta derrubou o objeto e Ana acabou concluindo a prova na 10ª colocação e sem hidratar corretamente.

Único nadador sul-americano a atravessar o Canal da Mancha ida e volta (cerca de 72km), o hoje treinador Igor De Souza acredita que ela é favorita, mas lembra do fator imprevisível de uma Olimpíada, onde tudo é decidido em uma única prova, e do quanto o esporte sofre interferências do clima e das mudanças de maré.

Souza lembrou que Ana trava disputas equilibradas com pelo menos cinco atletas que se revezaram no lugar mais alto do pódio nas últimas etapas do mundial da Fina. Atualmente, a brasileira tem como principais concorrentes a chinesa Xin Xin, a holandesa Sharon van Rouwendaal, a americana Haley Anderson, a italiana Rachele Bruni, a alemã Finnia Wunram, a australiana Kareena Lee e a francesa Lara Grangeon.

– Temos aí algumas atletas que já ganharam delas, tem a americana, a Sharon [Rouwendaal], a Rachele, a alemã, são cinco ou seis atletas que já ganharam delas nas provas de 10km, assim como a Ana Marcela ganhou de todas elas também. Se fosse um circuito com cinco provas de 10km, apostava todo meu dinheiro na Ana Marcela e ia ficar rico. Mas como é uma prova só, um dia, tem de acertar a estratégia, condições do clima, ninguém arrisca, deixam tudo para o último ataque. No caso dela há uma grande expectativa. Vou torcer, rezando, berrando, para ela conquistar o ouro, importante para ela por tudo que passou, para o país e pelo nosso esporte. Mas é um equilíbrio enorme, em algumas Olimpíadas que participei, nunca tinha visto sete favoritas ao ouro – analisou Igor.

Ana Marcela Cunha e suas 12 medalhas — Foto: Divulgação

O veterano ultramaratonista aquático Glauco Rangel, sete vezes vencedor da 14 Bis (24km), recordista da travessia Leme ao Pontal (36km) sem traje e que se preparar para nadar os 82,5 km em torno de Ilha Grande, em Angra dos Reis (RJ), acredita não só no rendimento físico de Ana Marcela. Ele aponta a nadadora como uma excelente estrategista e que, na maratona aquática, isso pode ser o idferencial na disputa por medalhas.

– Ana Marcela entra como favorita, porém, graças à pandemia, ela não está tão visada quanto nas últimas Olimpíadas e no último Mundial. Ela não vai ser tão marcada, mas as concorrentes são bem fortes. Ela se posicionando bem, no final do pelotão, eu sou mais a Ana Marcela para ser a campeã. Tem as alemãs, as inglesas, a Sharon, que foi a última campeã, a chinesa também. Então é uma prova difícil, mas ela é favorita – disse o nadador.

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Fontes: Ge – Globo Esporte.

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