A cidade de Avaí (SP), com cerca de 5 mil habitantes, vive um colapso financeiro que já atinge os serviços básicos prestados à população. Sem hospitais ou
Redação Publicado em 20/10/2017, às 00h00 - Atualizado às 20h48
A cidade de Avaí (SP), com cerca de 5 mil habitantes, vive um colapso financeiro que já atinge os serviços básicos prestados à população. Sem hospitais ou Pronto Socorro, a cidade possui apenas uma Unidade Básica de Saúde e pacientes que precisam de atendimento de urgência reclamam até da falta de ambulâncias.
Para agravar o problema, algumas situações surgidas na prestação de contas de uma obra com recursos federais colocou o nome da cidade no Cadin, uma espécie cadastro de devedores da administração pública. Com isso, Avaí não pode receber recursos dos governos estadual e federal e nem fazer convênios.
A cidade possui duas ambulâncias e uma delas está parada, com problemas no motor, e sem previsão e dinheiro para o conserto. Da frota do município de 18 veículos, sete deles, ou quase 40% do total, estão quebrados.
O salário dos funcionários públicos vêm sendo pagos desde o início do ano em duas parcelas. O prefeito André Luis da Silveira Antonio (PSD) admite que a única esperança da cidade é conseguir alguma “ajuda política”.
“Não temos condições de repassar ao governo os cerca de R$ 300 mil que ele pede pra regularizar a situação do município junto ao Cadin. Desde fevereiro estamos recorrendo a deputados e assessores porque agora a gente depende disso”, confessa o prefeito.
Os problemas que levaram Avaí a ficar com o “nome sujo” surgiram por conta das reformas no ginásio de esportes. As obras, com recursos federais, foram realizadas nas duas últimas administrações, mas a prestação de contas não foi aprovada por problemas nos valores informados nas etapas de execução.
Segundo o diretor regional do Tribunal de Contas do Estado (TCE), José Paulo Nnardone, a situação de Avai é resultado de uma sequência de más administrações. Só na gestão passada, o TCE constatou que a dívida do município aumentou muito e ações que poderiam trazer dinheiro aos cofres municipais não foram tomadas.
“De 2013 a 2016 a dívida de curto prazo dobrou enquanto a de longo prazo saltou 600% ou mais. E esse descontrole compromete o cofre público por muitos exercícios. A administração deveria, por exemplo, economizar com despesas de pessoal, como não permitir horas-extras, não prover cargos, não fazer concursos, mas não isso que a gente via”, explica Nardone.
Procurado para falar sobre os problemas da prestação de contas dessa obra durante sua gestão, o ex-prefeito Celso Roberto de Favari (PTB) não foi encontrado. Seu antecessor, Paulo Sérgio Rodrigues (PSDB) disse por telefone que a obra que levou ao processo no Cadin foi iniciada no seu mandato e que não houve irregularidades durante sua gestão.