INCÊNDIOS

Queimadas em SP devastam canaviais e elevam preço do açúcar

Incêndios atingem mais de 2 mil focos e ameaçam a produção de etanol e açúcar

Plantação de cana de açúcar - Imagem: Reprodução / Freepik

Sabrina Oliveira Publicado em 27/08/2024, às 09h46

Os incêndios que atingiram os canaviais de São Paulo na última semana deixaram um rastro de destruição e prejuízo para os produtores de cana-de-açúcar. Estima-se que as queimadas tenham causado perdas de aproximadamente R$350 milhões, afetando mais de 59 mil hectares de lavouras e áreas de rebrota, segundo a Organização de Associações de Produtores de Cana do Brasil (Orplana).

Mais de 2,1 mil focos de incêndio foram registrados em diferentes regiões do estado, que é o maior produtor de cana do país. Com isso, mais de 1% das plantações de cana-de-açúcar foram comprometidas. Mas apesar das dificuldades, há um esforço para mitigar os danos: as usinas estão avaliando a possibilidade de moer a cana das áreas maduras atingidas pelo fogo, embora a qualidade e a quantidade do produto sejam inferiores ao esperado. 

Além disso, as áreas de rebrota, que são essenciais para a continuidade da produção, também foram afetadas. Dependendo do nível de dano, os produtores podem ter que realizar novos plantios, o que aumenta ainda mais os custos e as incertezas para a próxima safra.

Um exemplo de impacto direto foi a usina Santa Elisa, da Raízen, localizada em Sertãozinho (SP), que precisou suspender suas operações devido aos incêndios nos canaviais próximos. A unidade só conseguiu retomar as atividades no domingo (25), após uma paralisação iniciada na quinta-feira (22).

As queimadas não afetam apenas a produção de cana, mas também têm repercussões no mercado. A Orplana destacou que o impacto dos incêndios deve refletir nos preços do etanol e do açúcar no próximo ciclo. As cotações do açúcar bruto na Bolsa de Nova York subiram mais de 3% na segunda-feira, refletindo as preocupações do mercado com os danos causados às lavouras.

O governo do Estado de São Paulo, por sua vez, montou um gabinete de crise para lidar com a situação. Um posto avançado foi instalado em Ribeirão Preto para coordenar as ações de combate aos incêndios e prevenir novos focos. A Polícia Civil também está investigando as causas dos incêndios, especialmente em casos suspeitos de incêndio criminoso, que já resultaram em três prisões.

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