Pesquisa da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) aponta que o preço dos itens da cesta de Natal cresceram em média 11,8% no estado de São Paulo
Redação Publicado em 23/12/2021, às 00h00 - Atualizado às 06h32
Pesquisa da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) aponta que o preço dos itens da cesta de Natal cresceram em média 11,8% no estado de São Paulo na comparação com o ano passado.
Segundo a Fipe, a cesta que custava R$ 309,86 em 2020, neste ano não sai por menos de R$ 346,41.
O peru, o panetone e a azeitona verde foram os vilões da alta dos preços e registraram aumento acima de 20%. Já o lombo de porco teve queda de mais 7%, segundo pesquisa.
O produto que mais encareceu foi o filé mignon, que registrou aumento de 30,78% na comparação com 2020. Depois vem o peru, que teve alta de 23,83% e a azeitona verde, que cresceu 23,76%.
Já o panetone, que é o astro da data festiva, teve aumento de 21,81%, e o bacalhau avançou 21,27% em 2021, na comparação com o ano anterior.
Apesar da alta generalizada de preços, alguns itens tiveram redução, como o pêssego, que caiu 6,81%, e cortes de carne suína, com destaque para o lombo de porco, com uma queda acumulada de 7,7% em relação aos preços do Natal passado.
Veja a tabela abaixo com os números apurados na pesquisa:
Muita gente tem encomendado a ceia completa, ou parte dela, com empresas e empreendedores especializados em delícias natalinas.
Lígia Gomes de Sá Correia é confeiteira e diz que, para atender as encomendas dessa época, tem trabalhado mais de 19 horas por dia.
“Desde meados de novembro eu acordo 5h da manhã e vou dormir perto de 23h30, meia-noite. Trabalhando direto, de segunda a segunda. Não vou parar, vou trabalhar direto. Tem encomenda para dias 26 e 27, festa pro dia 30. As encomendas de ceia pro Ano Novo, sobremesas pro Ano Novo. E começo de janeiro já tem encomenda”, afirma.
O ritmo deste ano, segundo a confeiteira, é três vezes maior do que o de 2020.
“Acho que até pela questão de as famílias estarem se reunindo esse ano, os pedidos aumentaram, triplicaram em relação ao ano passado. O ano passado foi mais lembrancinhas, então a pessoa: ‘Eu quero uma caixinha com 3 mini pão de mel’. Neste ano, não. A pessoa está pedindo várias sobremesas, está pedindo os kits de pão de mel decorados, em quantidade bem maior do que o ano passado”, contou.
Os itens que mais saem são são os pães de mel personalizados, bolo de frutas e os biscoitos decorados amanteigados, em um potinho em formato dos símbolos de Natal.
“Tem esse que eu chamo de ‘biscoitone’, que é o biscoito amanteigado com uva passa e açúcar cristalizado e os pirulitos que as crianças adoram, então pirulito de chocolate personalizado para essa época do ano também sai bastante”, contou.
Em um restaurante italiano do Tatuapé, na Zona Leste, as encomendas também estão fazendo sucesso — e a sensação, de fato, é que as reuniões de família voltaram, segundo o empresário Marcelo Muniz.
“Esse ano estamos bem otimistas, porque, devido à pandemia, no ano passado foi bem complicado. Esse ano a gente sente que as pessoas estão se reunindo mais, querem ficar mais próximos, então a gente teve um aumento bem relevante do ano passado pra esse ano. Até agora temos 22 cestas reservadas e entraram mais seis hoje. Então, até dia 24, entrarão mais coisas”, contou.
A boa e velha padoca é reduto tradicional dos paulistanos e elas também aceitam encomendas para a ceia.
“A gente tem uma série de pratos pra oferecer para os nossos clientes (tentamos cortar e cobrir), varia de peixes, aves, carne suína, bovina e de cordeiro. Os pratos são oferecidos em kits, em que o cliente escolhe o seu assado, e vem acompanhado de guarnições”, disse o gerente da padaria Juliano Vieira.
A padaria dele, na Zona Leste, já recebeu 85 encomendas neste fim de ano, mas vão se preparar também pra um outro hábito que tá retomando a normalidade: deixar tudo pra ultima hora.
“Estamos nos programando pra isso. A gente tem já uma produção estabelecida com as encomendas, a nossa obrigação de servir todas as encomendas, mas a gente sempre produz a mais pra atender esse cliente de última hora”, disse o gerente.