O projeto de lei foi sancionado pelo governador na terça-feira (31)
Mateus Omena Publicado em 01/02/2023, às 12h13
O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) sancionou, na última terça-feira (31), um projeto de lei que prevê a distribuição gratuita de medicamentos à base de canabidiol.
A medida pegou de surpresa muitas pessoas e incomodou muitos eleitores do político, que contou com o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), durante as eleições.
Diante da polêmica, Tarcisio justificou que o projeto foi aprovado por causa de um sobrinho que sofre de uma síndrome rara e precisa de remédios especiais para o tratamento.
De acordo com o portal Metrópoles, o sobrinho do governador sofre de síndrome de Dravet, uma doença genética rara que provoca sérias convulsões. Em uma entrevista coletiva, Tarcísio se emocionou ao contar o caso da criança, que descobriu apenas aos 5 anos de idade que sofria da condição.
“É duro você ter na família alguém com síndrome de Dravet. É difícil uma criança que ao invés de estar brincando, está convulsionando. Cada convulsão subtrai um cadinho da vida. É muito triste quando vc começa a ver a limitação motora, a limitação cognitiva”.
E acrescentou: “A vida do meu sobrinho só melhorou de qualidade quando ele começou a tomar o canabidiol. A gente quer que São Paulo seja referência nisso. Se não foi o pioneiro na lei, que ele seja pioneiro na efetividade da política pública”.
O canabidiol é uma substância encontrada na maconha. Esse fato deixou muitos apoiadores de Tarcísio incomodados, mas ele afirmou que não teme impactos em sua popularidade por conta da iniciativa.
“É uma questão de saúde pública, não é questão de ser conservador ou não. A gente já tem a comprovação científica de que isso resolve alguns problemas de síndromes raras. Nada a ver com questões ideológicas e filosóficas.”
Segundo o projeto de lei, os medicamentos não oferecem efeitos psicotrópicos, pois seu propósito é acalmar o organismo.
“A substância é uma das mais de 50 ativas na planta e não tem efeito psicotrópico (não “dá barato”, ou seja, não provoca alterações da percepção em quem fuma). Basicamente, ao entrar na corrente sanguínea e chegar ao cérebro, ela “acalma” a atividade química e elétrica excessiva do órgão”, explica o texto do projeto.
Com essa medida, Tarcísio espera que pessoas de outros estados busquem tratamento em São Paulo.
“É de se esperar que pessoas de outros estados do Brasil venham buscar o medicamento aqui. E isso não é um problema, o estado de São Paulo é um orgulho nosso. O sistema SUS é universal”.
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