No Dia Mundial de Prevenção do Suicídio, lembrado nesta quinta-feira (10), o ministro da Educação, Milton Ribeiro, atribuiu o problema no Brasil ao fato dos
Redação Publicado em 10/09/2020, às 00h00 - Atualizado às 16h58
No Dia Mundial de Prevenção do Suicídio, lembrado nesta quinta-feira (10), o ministro da Educação, Milton Ribeiro, atribuiu o problema no Brasil ao fato dos adolescentes terem perdido “todas as certezas”. “A grande moda dos sociólogos e dos filósofos, e de algumas correntes políticas hoje, é destruir tudo, é desconstruir tudo. Mas o pior é que não se coloca nada no lugar, deixam um vazio”, criticou.
A declaração foi dada durante o evento do Ministério da Saúde para lançar as Ações de Educação em Saúde em Defesa da Vida.
Ainda segundo Ribeiro, jovens e adolescentes perdem a motivação e vivem sem propósitos, o que os leva a tirar a própria vida. “Temos hoje no Brasil, no meu diagnóstico, por essa quebra de absolutos e certezas, verdadeiros zumbis existenciais, não acreditam mais em nada: Deus, política. Eles não têm nenhuma motivação”, disse, acrescentando que esse estado de coisas faz parte de “pedagogias equivocadas”.
Para o Ministério da Saúde, o problema é complexo e envolve vários fatores. “Sabe-se que este fenômeno é complexo e multifatorial, de modo que generalizações de fatores de risco são contraproducentes”, diz o Boletim Epidemiológico nº 24, da Secretaria de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde.
Em entrevista, a coordenadora-geral de Saúde Mental do Ministério da Saúde, Dilma Alves Teodoro falou sobre como o fim do preconceito é fundamental para prevenir o suicídio: “O preconceito faz as pessoas não buscarem ajuda. Muitas vezes elas escondem a doença porque o amigo ou familiar vai interpretá-las como uma pessoa que é fraca, que deveria reagir, quando, na verdade, ela está adoecida”, disse.
O ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, voltou a destacar as quatro ondas que estão ligadas à pandemia da covid-19. Além da primeira, ligada ao contágio da doença, ele lembrou que a segunda onda tem a ver com mortes causadas por doenças não tratadas, aumentando a possibilidade de mortes, seguida de outra, que tem a ver com o aumento da violência doméstica.
“A quarta onda está baseada no que estamos tratando hoje, depressão, automutilação e suicídio, já está acontecendo como resultado da pandemia. Se não tratarmos, perderemos mais pessoas para a pandemia”, alertou.
O ministro interino reconheceu que muitas doenças foram “deixadas de lado” pelo fato dos recursos do ministério terem sido concentrados em ações para combater a pandemia do novo coronavírus (covid-19).
A partir da campanha Setembro Amarelo, voltada para conscientização e prevenção ao suicídio, uma série de atividades educativas, itinerantes e online contemplam a realização de quatro ciclos de promoção e prevenção em saúde.
No primeiro ciclo, as ações estão voltadas à prevenção do suicídio e da automutilação. As atividades incluem cursos a distância, encontros, palestras e elaboração de materiais para ampliar o atendimento em saúde, a formação nas escolas e nas comunidades. O objetivo é qualificar o conhecimento de profissionais da área, conselheiros tutelares, professores, líderes sociais, religiosos e de entidades beneficentes, para que eles sejam multiplicadores da prevenção.
Nos próximos meses serão abordados mais três assuntos de forma inédita: gravidez na adolescência; uso de drogas lícitas e ilícitas e ética da vida (relacionada à prevenção da violência contra crianças, mulheres e idosos).
Os temas foram escolhidos por terem indicadores negativos no Brasil.
Segundo a Secretaria de Gestão de Trabalho e de Educação na Saúde do Ministério da Saúde, o Brasil é o primeiro país em incidência de ansiedade e segundo do mundo em casos de depressão. Quando o recorte é feito entre jovens de 15 anos de idade a 24 anos de idade, o país – que enfrenta uma epidemia de automutilação – tem o segundo maior número de mortes por suicídio.
Segundo as autoridades de saúde, informação correta direcionada à população é muito importante para orientar e prevenir o suicídio, que tem cerca de 12 mil registros todos os anos no Brasil e mais de 1 milhão no mundo. Cerca de 96,8% dos casos de suicídio estavam relacionados a transtornos mentais.
O ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, assinou a portaria que cria o comitê destinado a implementar a Política Nacional de Prevenção da Automutilação e do Suicídio. A ideia é que o órgão de assessoramento, com caráter consultivo, promova o fortalecimento de estratégias permanentes de educação e saúde, em especial quanto às formas de comunicação, prevenção e cuidado.
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Agência Brasil
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