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‘Não parecia real’, diz jovem que viu morte de estudante em festa

Jovens que participavam da festa universitária em São José dos Campos (SP), onde a estudante Mariana Angélica, de 22 anos, foi morta a tiros pelo policial

‘Não parecia real’, diz jovem que viu morte de estudante em festa
‘Não parecia real’, diz jovem que viu morte de estudante em festa

Redação Publicado em 23/10/2016, às 00h00 - Atualizado às 22h25


Policial matou estudante e se matou em seguida; caso foi neste sábado (22).

Jovens que participavam da festa universitária em São José dos Campos (SP), onde a estudante Mariana Angélica, de 22 anos, foi morta a tiros pelo policial Wellington Landim, de 24 anos, relataram momentos de tensão ao presenciar o crime. Segundo testemunhas que estavam no local, tudo aconteceu “muito rápido” e a cena do crime parecia “brincadeira” entre o casal. Um vídeo feito durante a festa, e enviado pelo aplicativo Vanguarda Repórter, mostra os jovens dançando momentos antes da confusão.

A estudante de Direito e o policial, que estava de folga, participavam de um churrasco pré-formatura neste sábado (22) em uma chácara no bairro Vila Rossi, na zona norte da cidade. De acordo com informações de testemunhas, os dois teriam começado uma discussão e Welington acabou atirando contra a jovem. Ela morreu no local e, em seguida, o jovem se matou com um tiro. A Polícia Civil informou que os dois seriam namorados.

Um vídeo feito por um convidado da festa, mostra o casal dançando durante o evento. O convidado que fez a gravação, não quer se identificar e disse que estava filmando o churrasco de maneira geral e foi embora antes do ocorrido. No vídeo, Wellington aparece quase todo tempo de costas, vestindo uma camiseta cinza com uma estampa vermelha e azul, em referência à bandeira do Reino Unido. Segundo testemunhas, Mariana aparece um pouco atrás dele, de blusa preta e shorts jeans.

A jornalista Jéssica Magalhães, de 24 anos, presenciou a cena do crime. “Não parecia real, não teve grito, nem nada. Todos ficaram congelados, foi um momento de muito choque e só depois que a ficha caiu”, contou.  Segundo ela, após a ação do policial, houve correria no local e os estudantes tentavam se acalmar até a chegada de equipes policiais e de socorro.

Uma estudante que estava na festa e também prefere não se identificar, afirmou que o crime aconteceu durante o encerramento do churrasco. “Tudo aconteceu do meu lado, vi a menina caindo no chão e depois ele atirando nele mesmo. Até falamos que era uma brincadeira sem graça, mas aí percebemos que não era, e bateu o desespero. Ninguém sabia se eles ainda estavam juntos ou não”, afirmou a estudante.

Enterro e investigação
O corpo de Mariana Angélica foi enterrado neste domingo (22) no cemitério Parque das Flores, na zona sul de São José dos Campos. O momento foi marcado pela comoção de familiares e amigos. Já o corpo do policial foi encaminhado para o Cemitério Municipal de Arantina (MG).Após o crime, equipes da polícia estiveram no local ouvindo seguranças e convidados do evento, colhendo informações sobre o caso. Segundo o boletim de ocorrência, os jovens chegaram juntos na festa e, durante a discussão, o policial, que estava de folga, efetuou dois disparos contra a estudante. Ele se matou em seguida. Um jovem de 22 anos foi atingido de raspão por resquícios das cápsulas disparadas pela arma de Wellington.O caso foi registrado como homicídio, suicídio consumado e lesão corporal. Foi realizada perícia no local e exames necroscópicos e toxicológico no policial envolvido. A pistola utilizada na ação foi apreendida. A Polícia Civil ainda está investigando as causas do crime.

Outro lado
O advogado Jamil José Saab da empresa Atlas Imagem & Cia, uma das organizadoras da festa, disse que os seguranças pediram para o policial, que seria convidado da estudante, não entrar armado no local. O homem, porém, teria se recusado a deixar o revólver no carro, alegando que por ser policial, poderia permanecer armado no evento.

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