Os juros médios cobrados pelas instituições financeiras no cheque especial e no cartão de crédito rotativo registraram queda em junho e também no primeiro
Redação Publicado em 27/07/2018, às 00h00 - Atualizado às 11h20
Os juros médios cobrados pelas instituições financeiras no cheque especial e no cartão de crédito rotativo registraram queda em junho e também no primeiro semestre, mas ainda estão próximos da marca dos 300% ao ano, segundo números divulgados pelo Banco Central nesta sexta-feira (27).
Apesar da redução nos últimos meses, essas taxas ainda seguem elevadas na comparação com outras linhas de crédito. A recomendação de economistas é que os clientes bancários não usem essas modalidades, ou que as utilizem por um período de tempo muito limitado.
A redução das taxas cobradas nessas modalidades de crédito acontece em um cenário de estabilidade da taxa básica da economia, a Selic, que hoje está na mínima histórica de 6,5% ao ano. Essa estabilidade acontece desde março. Antes disso, a taxa havia recuado 12 vezes seguidas.
No ano passado, o governo chegou a anunciar medidas para reduzir os juros do rotativo do cartão de crédito, que estão recuando nos últimos meses. Recentemente, a federação que representa os bancos no país anunciou novas regras para uso do cheque especial, mas elas só entraram em vigor em julho.
Os números do BC mostram também que houve queda nos juros médios das instituições com recursos livres (sem contar BNDES, crédito rural e imobiliário) em junho e no primeiro semestre deste ano.
A taxa média total (pessoa física e jurídica) passou de 39,2% ao ano em maio para 38,5% ao ano em junho. No ano, ela recuou 1,8 ponto percentual, pois somava 40,3% ao ano no fechamento de 2017.
O Banco Central também informou que houve queda da inadimplência nas operações com recursos livres, que passou de 4,6% em maio para 4,4% em junho. No fim do ano passado, estava em 4,9%.
Se consideradas apenas pessoas físicas, a inadimplência ficou estável em 5%, entre maio e junho (no ano caiu 0,2 ponto percentual), e, no caso das empresas, passou de 4,1% para 3,8%, nesta comparação (no semestre, caiu 0,7 ponto percentual).
Como os juros bancários médios recuaram, o chamado “spread bancário” (diferença entre o que os bancos pagam pelos recursos e o que cobram de seus clientes) caiu no mês passado e, também, no acumulado de 2018.
No caso das operações com pessoas físicas, o “spread” recuou 1,7 ponto percentual em junho, para 43,5 pontos. No ano, o indicador caiu 2,6 pontos percentuais, pois somava 46,5 pontos percentuais no fim de 2017. Mesmo assim, esse índice ainda é elevado quando comparado à média praticada pelos bancos em outros países.
O “spread” é composto pelo lucro dos bancos, pela taxa de inadimplência, por custos administrativos, pelos depósitos compulsórios (que são mantidos no Banco Central) e pelos tributos cobrados pelo governo federal, entre outros. No ano passado, o lucro dos maiores bancos cresceu 14,6%.
Dados do BC mostram que os quatro maiores conglomerados bancários – Itaú-Unibanco, Bradesco, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal – detinham, no fim de 2017, 78% de todas as operações de crédito feitas por instituições financeiras no país e também 76% dos depósitos.
Recentemente, a instituição informou que a chamada “margem financeira” dos bancos, ou seja, seu lucro, representou 14,04% do custo do crédito em 2017. Nesse estudo, houve mudança da metodologia empregada no cálculo. Pelo formato anterior, o lucro dos bancos representava cerca de 23% do custo do crédito.
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